quinta-feira, 19 de julho de 2007

A vida sem casamento

Nunca houve tantas mulheres bem-sucedidas, bem-cuidadas e bem de vida. E nunca houve tantas solteiras. Por opção, distração ou falta de oportunidade, elas não acham um marido a contento. Ou, simplesmente, um marido.

Por razões sociais, culturais e biológicas, a maioria absoluta das mulheres aspira a encontrar um companheiro, casar-se, constituir família e, por intermédio dos filhos, ver cumprido o imperativo tão profundamente entranhado em seu corpo e em sua psique ao longo de centenas anos de história.

A diferença a que se assiste hoje é que não existe mais um calendário fixo para que isso aconteça. A formidável mudança que eclodiu e se consolidou ao longo do último século, com o processo de emancipação feminina, o acesso à educação e a conquista do controle reprodutivo, permitiu a um número crescente de mulheres adiar a "programação" materno-familiar. As mulheres que dispõem de autonomia econômica e vida independente não são mais consideradas balzaquianas aos 30 anos – apenas 30 anos! –, encalhadas aos 35 e, aos 40, reduzidas irremediavelmente à condição de solteironas, quando não agregadas de baixíssimo status social, melancolicamente mexendo tachos de comida para os sobrinhos nas grandes cozinhas das famílias multinucleares do passado.

Imaginem só chamar de titia uma profissional em pleno florescimento, com um ou mais títulos universitários – e um corpinho bem-cuidado que enfrenta com honras o jeans de cintura baixa ou o biquíni nos intervalos dos compromissos de trabalho. Além de fora de moda, o termo pode ser até ofensivo. O contraponto a esses avanços é que, quanto mais as mulheres prorrogam o casamento, mais se candidatam a uma vida inteira sem alcançá-lo.

Em 1986, a revista americana Newsweek, em memorável reportagem de capa, fez um alerta alarmante: as mulheres que estavam deixando para se casar mais tarde, ou por exigir muito do parceiro, ou por medo de "perder a liberdade", ou pela intenção de primeiro se firmar profissionalmente, iam acabar ficando para... bem, para o time das que nunca se casaram.
Com base nas projeções de um estudo desenvolvido na Universidade Harvard, a revista dizia que "a mulher branca, com diploma universitário, nascida em meados dos anos 50, que ainda estiver solteira aos 30 anos tem só 20% de chance de se casar"; aos 35, a probabilidade caía para 5% e aos 40, para parcos 2,6% – propiciando aí uma das frases mais execradas de todos os tempos, a de que essa mulher teria "mais probabilidade de morrer num ataque terrorista" do que de encontrar marido (isso, naturalmente, antes que os ataques terroristas chegassem ao território americano).

E, no Brasil, qual a situação da mulher que chega à casa dos 30 sem se casar? A revista VEJA consultou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), examinou pesquisas, conversou com especialistas e constatou: as mulheres que consideram de importância fundamental a aliança na mão esquerda devem ficar atentas à passagem do tempo – ou, quem sabe, mudar-se para os Estados Unidos.

O número de mulheres com 35 a 39 anos que continuam solteiras é bem maior agora do que há dez anos – pelo censo do IBGE, a porcentagem, na faixa daquelas com diploma universitário, pulou de uma já alentada média de 20% em 1991 para 30% em 2000, o último dado disponível. E as perspectivas não são animadoras.

Um grupo de pesquisadores do departamento de estatísticas e demografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte cruzou dados do último censo com informações do Registro Civil e, aplicando a mesma técnica usada para prever taxas de expectativa de vida, calculou a chance de brasileiras solteiras atualmente virem a se casar em algum momento no futuro. O resultado: aos 30, elas têm 27,6% de chance de encontrar um marido. Parece pouco? Pois aos 35, a chance cai quase 10 pontos, e aos 40 despenca para meros 13,7%. Aos 45, a solteira tem apenas 10,1% de probabilidade de comparecer perante um juiz de paz.

Todo mundo sabe que as uniões não formalizadas são freqüentes, em especial entre casais nos quais a parte feminina não sente a premência do "papel passado". Mas que os números impressionam, impressionam.

De acordo com o economista Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas, "Mulheres sozinhas têm renda 62% mais alta que a das acompanhadas. Quanto mais renda, mais sozinhas; quanto maior a idade, menor o número de acompanhadas; e nas cidades grandes há mais sozinhas do que nas cidades menores ou nas zonas rurais", diz ele. "Quer dizer, se você é executiva, é solteira, passou dos 45 e vive na capital, prepare-se para tirar o máximo proveito da vida a um", aconselha.

A atenção despertada pelo grande contingente de mulheres solteiras é produto de um momento de transição: as transformações sociais, econômicas e tecnológicas das últimas décadas foram tão rápidas que a matriz de comportamentos profundamente solidificados não teve tempo de acompanhar a mudança.

Adiar a união até a carreira estar relativamente bem encaminhada e a independência econômica consolidada tem uma vantagem evidente: o eventual marido deixa de ser a tábua da salvação financeira, a garantia de sobrevivência. Isso, por sua vez, cria uma espécie de ciclo vicioso. Como não precisa, a todo custo, ter um homem para lhe assegurar o status social e econômico, a mulher profissionalmente bem-sucedida é também mais exigente na hora de escolher seu parceiro.

"Mulheres que se dedicaram à carreira e se tornaram qualificadas buscam homens tão ou mais qualificados do que elas. Só que a qualificação se divide na população como uma pirâmide, ou seja, quanto mais qualificado e bem remunerado, mais raro o parceiro. Elas terão mais dificuldade em achar um homem do seu nível", diz o professor de relacionamento amoroso do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo Ailton Amélio da Silva, autor do livro O Mapa do Amor.

A pirâmide de parceiros se estreita justo no momento em que a mulher que deixou para se casar mais tarde começa a apontar o radar nessa direção. O dado estatístico é comprovado empiricamente por qualquer mulher que esteja no mercado amoroso. "O homem mais disponível é casado. O mais interessado é jovem demais. E os mais difíceis são os da mesma faixa etária, que só querem sair com meninas novinhas". Se ganha na liberdade de ação proporcionada pela solteirice, reconhece a dureza da falta de ter alguém "para dividir emoções".

No âmbito religioso a situação não está muito diferente, são elas as que ultimamente têm se destacado no desenvolvimento pessoal, acadêmico e profissional. Cada vez mais as mulheres assumem papéis de liderança e proeminência no meio eclesial. Mesmo sendo tradicionalmente dominada pelo clã masculino algumas denominações têm sentido a necessidade abrir espaço para elas.

Por outro lado, são as casadas, com perfil de boas esposas e boas mães que têm maior projeção. O modelo de família contínua o mesmo tradicional e as jovens que crescem no meio religioso se vêem num beco sem saída ainda maior. Além de passarem pelo mesmo drama evidenciado nas pesquisas acima, a doutrinação religiosa lhes impõem um tipo de marido, que circunscreve ainda mais sua aspiração a um casamento feliz. Não é tão simples ser mulher, inteligente, profissionalmente realizada, com formação superior, cristã e conseguir um parceiro à altura.
Deus abençoe as mulheres...

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Abuso Psicológico nas Relações Amorosas

O abuso psicológico é um padrão de comunicação, verbal ou não, com a intenção de causar sofrimento psicológico em outra pessoa, segundo Straus (1992). Pesquisadores encontraram valores elevados de prevalência de abuso psicológico em amostra de 5232 casais norte-americanos. Nesta forma de abuso houve semelhança entre homens (26%) e mulheres (25%).

Muitas vezes o abuso psicológico é a única forma de abuso entre o casal, talvez por se tratar de uma atitude menos detectada como politicamente incorreta. Em amostra de 1152 mulheres com idades entre 18 e 65 anos, observam que 53,6% relatam alguma forma de abuso (físico, sexual ou psicológico) perpetrado pelo companheiro, sendo que 13,6% reportam especificamente abuso psicológico na ausência dos outros tipos de abuso (Coker, 2000).

O abuso psicológico é, às vezes, tão ou mais prejudicial que o abuso físico, e se caracteriza por rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. Não é um abuso perpetrado predominantemente pelos homens, como é o caso do abuso físico. Ele existe em iguais proporções em homens e mulheres. Trata-se de uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente causa cicatrizes indeléveis para toda a vida.

Um tipo comum de abuso psicológico é a que se dá sob a autoria dos comportamentos histéricos, cujo objetivo é mobilizar emocionalmente o outro para satisfazer a necessidade de atenção, carinho e adulação. A intenção do(a) agressor(a) histérico(a) é mobilizar o outro(a) tendo como chamariz alguma doença, alguma dor, algum problema de saúde, enfim, algum estado que exige atenção, cuidado, compreensão e tolerância.

Outra forma de abuso psicológico é fazer o outro se sentir inferior, dependente, culpado ou omisso. É um dos tipos de agressão emocional dissimulada mais terrível. A mais virulenta atitude com esse objetivo é quando o agressor faz tudo corretamente, impecavelmente certinho, não com o propósito de ensinar, mas para mostrar ao outro o tamanho de sua incompetência.
Stets (1990), em uma ampla investigação com a população americana, verifica que 65% dos homens têm comportamentos de abuso verbal ou psicológico com a companheira.

A Agressão Psicológica é especialidade do meio familiar, e muito possivelmente, dos demais relacionamentos íntimos, chegando-se ao requinte de agredir intencionalmente com um falso aspecto de estar fazendo o bem ou de não saber que está agredindo. O simples silêncio pode ser uma agressão violentíssima. Isso ocorre quando algum comentário, uma posição ou opinião é avidamente esperado e a pessoa, por sua vez, se fecha num silêncio sepulcral, dando a impressão politicamente correta de que “não fiz nada, estava caladinho em meu canto...”. Dependendo das circunstâncias e do tom como as coisas são ditas, até um simples “acho que você precisa voltar ao seu psiquiatra” é ofensivo ao extremo, assim como um conselho falsamente fraterno, do tipo “não fique nervoso e não se descontrole”.

As atitudes agressivas refletem a necessidade de uma pessoa produzir alguma reação negativa em outra, despertar alguma emoção desagradável. As razões dessa necessidade são variadíssimas e dependem muito da dinâmica própria de cada família. Podem refletir sentimentos de mágoa e frustrações antigas ou atuais, podem refletir a necessidade de solidariedade emocional não correspondida (estou mal, logo todos devem ficar mal), podem representar a necessidade de sentir-se importante na proporção em que é capaz de mobilizar emoções no outro.... enfim, cada caso é um caso.

domingo, 24 de junho de 2007

Intimidade e Abuso

É fato sabido que as relações íntimas, maritais, coabitacionais ou de namoro são, por vezes, pautadas pela presença de algum tipo de disfunção e, não raro, de abuso franco. De fato, “existem relações amorosas claudicantes, onde a pessoa que ama não deseja apenas o outro, mas deseja também o desejo do outro, o sentimento do outro e tudo o que possa estar ocorrendo na intimidade psíquica do outro. Diante da impossibilidade de nos apossarmos do sentimento alheio, a pessoa que ama sofre, pois o outro pode não estar sentindo aquilo que se deseja que sinta, pode não estar pensando justamente aquilo que se deseja que pense.

Na medida em que as pretensões de controle sobre os sentimentos da pessoa amada não são contidas, não são ponderadamente refreadas, surge uma imperiosa inclinação para a posse, para o domínio da pessoa amada.”

O abuso no relacionamento interpessoal íntimo tem efeitos danosos marcantes na qualidade de vida, na saúde física e emocional. Tem sido freqüente o comportamento abusivo no relacionamento íntimo, com prevalência variada em diversos países e através de alguns tipos de abuso, como por exemplo, abusos físico, sexual e psicológico.

Entre os estudos e reflexões sobre o comportamento abusivo na vida íntima e/ou conjugal existe a teoria da formação dos vínculos afetivos na infância, enfatizando o impacto da qualidade das relações familiares e o impacto de eventuais abusos sofridos durante a infância, os quais, por sua vez, interfeririam na qualidade do relacionamento com o companheiro na idade adulta.

A incidência desse tipo de comportamento abusivo se comprova alta, acima do que se suspeita, e é mais comum no início da idade adulta (Bachman, 1995), sendo o grupo que mais apresenta comportamento violento dos 19 aos 29 anos de idade.

Incidência de comportamento abusivo no relacionamento íntimo é um dado difícil de se pesquisar, notadamento porque existe uma tendência a ocultar esse tipo de comportamento dos demais. Na maioria das vezes o relacionamento não se desfaz porque o companheiro(a) não abusivo(a) insiste em acreditar que, de uma hora para outra, mediante amor, carinho, fé, complacência e tolerância, ou ainda "incentivada" por submissão à princípios religiosos distorcidos e idealização de um "milagre divino", haverá uma grande mudança na personalidade do outro, que passará a ser a pessoa ideal.

Os aspectos sobre prevalência desses casos são baseados no trabalho de Carla Paiva e Bárbara Figueiredo, do Departamento de Psicologia da Universidade do Minho, publicado na revista Psicologia, Saúde & Doenças (2003). Afirmam que em 1981, pela primeira vez foi referido que 21% dos estudantes pré-universitários vivenciaram um ou mais atos de agressão física em suas relações com o(a) companheiro(a). (Makepeace). Estima-se que 4 milhões de mulheres norte-americanas são vítimas de algum tipo de agressão séria por parte do companheiro por ano, destas, cerca de 1 milhão são vítimas de violência física não fatal (Rush, 2000).

Segundo Carla Paiva e Bárbara Figueiredo, no ano de 1996 as estatísticas oficiais norte-americanas mostraram que 1,5 milhões de mulheres e 834.700 homens sofreram abuso físico ou sexual por parte do(a) companheiro(a). Em 1998, cerca de 1.830 homicídios foram atribuídos ao companheiro, sendo que 3/4 das vítimas são mulheres (Rennison, 2000). Entre os anos de 1993 e 1998, cerca de 2/3 das vítimas de abuso pelo companheiro referem seqüelas físicas, enquanto que 1/3 reporta apenas ameaças ou tentativas de violência.

Outro fato bastante conhecido das pesquisas e das entidades que prestam assistência à esse tipo de problema, é que a maioria das vítimas de abuso pelo(a) companheiro(a) não procura assistência policial, jurídica, psicológica ou médica.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Amor Patológico

Embora se reconheça absolutamente a existência do Amor Patológico, sua caracterização clínica é ainda um pouco imprecisa. Havendo associação do Amor Patológico com algum transtorno psiquiátrico, a gravidade e manutenção deste alimentaria esses relacionamentos tensos e conturbados.

Alguns autores (Donnellan, 2005) descreveram o quadro de Amor Patológico como fenômeno decorrente de transtornos ansiosos e depressivos incidindo sobre personalidades específicas. Assim, em determinadas personalidades, diante de um eventual estado de estresse prolongado haveria exagerada liberação adrenérgica, predispondo a pessoa a extrema ansiedade, angústia, insegurança (entre outros fenômenos mais patológicos) favorecendo o surgimento do Amor Patológico.

Como acontece com o dependente químico, que se adere à "droga de escolha" para alívio da angústia, ansiedade, inibição psíquica, busca do prazer, o portador de Amor Patológico acredita que conseguirá tudo isso através do lenitivo proporcionado pelo “parceiro de escolha” (Eglacy, 2006).

No início do sentimento amoroso, ocorre sempre uma agradável sensação de bem estar. Mesmo que a pessoa tenha depressão, a paixão exerce um efeito estimulante capaz de proporcionar alívio da angústia e dos sintomas depressivos. Esse bem estar inicial decorre da liberação de adrenalina desencadeada pela sensação amorosa (Simon, 1982).

Ainda segundo Simon, um estudo realizado na década de 80 no New York State Psychiatric Institute constatou que o amor excessivo pode provocar no Sistema Nervoso Central um estado de euforia similar ao induzido por uso de anfetamina. Segundo esse estudo, o amor produziria uma substância intoxicante: a feniletilamina. Isso explicaria, de certa forma, o forte desejo por chocolate - que contém feniletilamina - entre os portadores de Amor Patológico, quando na ausência do companheiro.

Por essa teoria, seria a privação do objeto amado e não o amor, propriamente dito, a causa dos sintomas desagradáveis do Amor Patológico, pois, o parceiro amado traria sensação de bem estar e alívio da angústia.

E de fato, parece não ser mesmo o sentimento de amor o causador dos malefícios do Amor Patológico, mas sim o medo da pessoa ficar só, o temor de vir a ser abandonada, de não ser valorizada. Isso tudo é que origina a falta de liberdade em relação às próprias condutas, o grande desconforto emocional e submissão obsessiva da pessoa portadora de Amor Patológico.

Portanto, em termos psicológicos parece que o “defeito” da patologia do amor não é o amor em si, propriamente dito, aquele amor “da atenção, carinho, zelo e cuidados em relação à pessoa amada”, citado acima. O Amor Patológico, por sua vez, parece ser descendente direto do medo, do medo egoísta de ficar só, do medo de alguém mais merecedor conquistar a pessoa amada, medo de não ter seu valor reconhecido como gostaria, de não estar recebendo o amor que acha merecido, de vir a ser abandonado (Moss, 1995). Seria, portanto, muito mais um defeito do caráter de quem “acha” que ama demais, do que do sentimento amor.

De modo geral, o aspecto central no Amor Patológico é o comportamento repetitivo e sem controle de prestar cuidados e atenção (desmedidos ou não) ao objeto amado com a intenção de receber o seu afeto e evitar a perda. Para o diagnóstico é importante que essa atitude “zelosa” excessiva seja mantida mesmo diante de evidências concretas de que está sendo prejudicial para alguém.

Na realidade, parece que a alteração principal é no Ego do próprio paciente (invariavelmente inflado), que experimenta um pavor de sofrer a perda da pessoa amada, um medo gigantesco de não ser correspondido, um sentimento apavorante de ser traído, enfim, parece que a própria pessoa amada é apenas coadjuvante no relacionamento.

Classificação do Amor PatológicoAlgumas pesquisas (Bogerts, 2005 – Tarumi, 2004) vêm sabiamente situando o Amor Patológico dentro do espectro dos comportamentos obsessivo-compulsivos, em relação ao parceiro. O componente central na sintomatologia do Amor Patológico é o comportamento caracteristicamente repetitivo e sem controle, obsessivamente dirigido à prestação de cuidados e atenção sufocante à pessoa amada. Há sinais da carência de críticas sobre o comportamento obcecado, notadamente quando essa atitude excessiva é mantida mesmo depois das concretas evidências de estar sendo prejudicial para a sua própria vida, da pessoa amada e/ou para seus familiares.

É interessante que alguns critérios de diagnóstico para o Amor Patológico se assemelhem aos critérios empregados para o diagnóstico da Dependência ao Álcool e outras drogas, conforme o DSM.IV (American PsychiAtric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. 4th ed. Washington, DC, American Psychiatric Association; 1994).

Segundo esse DSM.IV, são sete os critérios para esse diagnóstico, sendo três deles obrigatórios.
Sophia, Tavares e Zilberman comparam os critérios para diagnóstico de dependência química com as características normalmente apresentadas pelos portadores de Amor Patológico, e constatam que pelo menos seis deles são comuns às duas patologias:

1) Sinais e sintomas de abstinência -quando o parceiro está distante (física ou emocionalmente) ou perante ameaça de abandono, podem ocorrer: insônia, taquicardia, tensão muscular, alternando períodos de letargia e intensa atividade.

2) O ato de cuidar do parceiro ocorre em maior quantidade do que o indivíduo gostaria -o indivíduo costuma se queixar de manifestar atenção ao parceiro com maior freqüência ou período mais longo do que pretendia de início.

3) Atitudes para reduzir ou controlar o comportamento patológico são mal-sucedidas -em geral, já ocorreram tentativas frustradas de diminuir ou interromper a atenção despendida ao companheiro.

4) É despendido muito tempo para controlar as atividades do parceiro -a maior parte da energia e do tempo do indivíduo são gastos com atitudes e pensamentos para manter o parceiro sob controle.

5) Abandono de interesses e atividades antes valorizadas - como o indivíduo passa a viver em função dos interesses do parceiro, as atividades propiciadoras da realização pessoal e profissional são deixadas, como cuidado com filhos, atividades profissionais, convívio com colegas. entre outras.

6) 0 Amor Patológico é mantido, apesar dos problemas pessoais e familiares -mesmo consciente dos danos advindos desse comportamento para sua qualidade de vida, persiste a queixa de não conseguir controlar tal conduta.

domingo, 10 de junho de 2007

Quando a Teologia separou a Sexualidade e a Religião

Para entendermos melhor as idéias de separação, escolhemos alguns dos Padres da Igreja para representar toda uma forma de pensar e de agir, que no futuro iriam legitimar determinadas posturas dualísticas entre Sexualidade e Religião.

Justino (100-165), foi um filósofo e mártir do início do cristianismo, e sua doutrina foi uma das primeiras a tentar harmonizar as idéias de fé cristã, incluindo os posicionamentos relacionados à sexualidade, com a filosofia grega. De origem pagã, e posteriormente convertido ao cristianismo, defende as idéias de que o casamento tinha objetivo único da procriação. Em sua teologia, valorizou os ideais da castidade (Larousse, 1988). Justino apud Rosa (2003) escrevem que “desde o princípio, ou nos casamos, com uma única finalidade de ter filhos, ou renunciamos ao casamento e permanecemos na mais absoluta continência” (p.102). Segundo o autor, Justino também assimila a posição radical de rejeição aos prazeres da carne, através do rito de dedicação e consagração a Deus: a castração, deixando claro sua posição separatista no que diz respeito, à sexualidade e espiritualidade.


Rosa (op.cit.) comenta outros teólogos e refere: Orígenes, escritor grego cristão que viveu entre 185 a 254 dc, identifica os mesmos passos de separação entre espiritualidade e sexualidade. Em busca da perfeição cristã este radicalizou castrando-se aos 18 anos. Justificava seu ato pela aplicação literal da passagem de Mateus 19:12, “Porque há os eunucos que o são desde o ventre de suas mães; e há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens, e há eunucos que a si mesmo se fizeram eunucos por amor do reino dos céus.” Mais tarde chegou admitir a radicalidade de seu ato, mas não abriu mão de ver o celibato como um caminho mais elevado aos olhos de Deus.


Percebe-se a influência gnóstica no que diz respeito ao desprezo pelo corpo. Rosa (op.cit.) faz o seguinte comentário:


“Seguindo ainda alguns tabus pagãos vindo do helenismo, na visão de Orígenes o culto e o coito eram realidades absolutamente opostas. Por exemplo, ele alertava insistentemente a que os casais não fizessem oração no seu leito conjugal, pois a oração feita ali perdia a sua eficácia. Era ainda dentro desta perspectiva que ele cria que a eucaristia seria manchada se o ato do partir o pão acontecesse no dia seguinte ao ato sexual”( p. 112).

Estas idéias foram confirmadas séculos depois pelo Concílio de Trento (séc XVI) estabelecendo que a abstinência sexual, deveria ser observada pelo menos três noites antes da eucaristia, para que assim fosse preservada, toda contaminação deste sacramento. “A dignidade do grande Sacramento exige que pessoas casadas se abstenham de seu dever conjugal alguns dias antes da Comunhão”.(MacHug and Callan apud Rosa, 2003, p.114)


Sobre Ambrósio, destaca que foi um dos mais celebrados padres da igreja cristã, elevando-se a condição de bispo. Partidário do mesmo pensamento de seus antecessores defendeu ferrenhamente a castidade como ideal de santidade e virtude. Baseou suas argumentações exaltando a castidade na virgindade perpétua da Santa Virgem Maria (Neumann apud Rosa, op.cit, p.115).


Segundo Araújo (1997), sem dúvida o teólogo que mais influenciou o cristianismo foi Agostinho, que viveu entre os anos 354 e 430. Suas contribuições influenciaram a formação moral do Ocidente. Em sua época o cristianismo ganhou força porque estava vinculado também ao plano político e social. Tal combinação fora promovida pelo Imperador Constantino, no final do século III, vendo na solidez da igreja, o meio de unificar o império.


Argumentos mais elaborados e polêmicos sobre Religiosidade e Sexualidade redundam na consolidação e sistematização da visão separatista entre ambos. Promove-se a exaltação da virtude contrapondo-a ao vício, e ligado a este último está o sexo. Agostinho defendeu o sexo sem prazer somente para a procriação. A prática sexual só por prazer era considerada pecado. Oscila em reconhecer o ato conjugal como legítimo e ao mesmo tempo como a ocasião onde ocorre a transmissão do pecado original. (Kosnic, 1982) Postulou também que não deveria haver paixão entre os cônjuges, pois assim ficaria mais fácil abdicar do sexo em função da família. Agostinho elabora argumentos teóricos relacionando sexo e pecado original. Segundo Heinemann (1995), nesta perspectiva mais crítica, o problema de Agostinho com a sexualidade começa por ter ele baseado a essência do seu conceito de sexualidade humana, sobre a queda de Adão e Eva. Na visão agostiniana, segundo afirmam seus críticos, o pecado de Adão e Eva trouxe terríveis conseqüências para a sexualidade.


Rosa (2003) declara que Agostinho ensinava que quando Adão e Eva pecaram, cobriram a genitália como sinal de vergonha. Daí ele deduz que o primeiro casal cobriu suas respectivas genitálias por acontecer através delas a transmissão do pecado original. Daí para a condenação do ato sexual como fator transmissor deste pecado foi um salto previsível. No encontro de dois corpos e pela penetração através do contato genital, Agostinho encontrou a explicação para a maneira pela qual o pecado original nos foi transmitido. Assim, para Agostinho “a relação sexual ou mais precisamente o prazer sexual, é o que transmite o pecado original continuamente de geração em geração.” (Heinemann,1995, p.90)


Nesta perspectiva, o processo de encarnação e redenção de Jesus, é visto também na ótica da sexualidade. Jesus veio ao mundo através de uma santa e milagrosa exceção, que fez do ventre de Maria, um habitat sagrado não contaminado pelo sêmen dos descendentes de Adão. Por isso, Jesus também é o redentor da nossa humanidade, pois estaria livre em seu Ser, de ter sido contaminado pelo pecado original, desde que este, é transmitido pelo ato sexual, do qual Maria não participou.


Segundo Rosa (op.cit.), antes do Pecado Original, o sexo era praticado sem excitação sexual como entendemos hoje. Era totalmente controlado pela vontade racional do homem. Assim como hoje controlamos as nossas mãos e pés, fazendo deles servos da nossa vontade, assim no Édem, os órgãos sexuais eram controlados da mesma maneira. Com a mudança do estado original, veio o desejo pelo prazer e este desejo minou o controle da vontade racional sobre seus órgãos. Entregue ao desejo, o ser humano e seus descendentes perdem a capacidade de controlar o pênis, que agora já não responde a ordem da mente, pois escuta também a voz do desejo e do prazer. Como um asno que não responde às ordens do seu comandante e treinador, os órgãos sexuais, já não mais respondem às ordens vindas do controle racional. Adão recebe em si mesmo a punição pela desobediência a Deus, vendo em sua própria carne, uma parábola da sua rebelião contra Deus. A ereção do seu órgão genital motivada pelo desejo de alcançar o prazer sexual torna-se uma metáfora da sua própria trajetória diante de Deus, uma metáfora da sua própria condição de desobediente diante do criador. Tal percepção imprime uma marca pecaminosa no corpo quando este responde ao desejo, à busca pelo prazer. Traz um terrível desconforto ao ser humano, pois o processo natural de movimento da sua genitália, é um testemunho de denúncia da sua condição de caído diante de Deus.


Mais tarde São Tomás, sem nenhuma pretensão de rever a posição de Agostinho afirmará que “o homem torna-se bestial na cópula, porque não pode moderar com a razão o prazer do coito e a força da concupiscência”. (Benetti, 1998 p.297)


A partir desses relatos podemos perceber a origem de diversos problemas que católicos e protestantes enfrentam com a vivência de sua Sexualidade. Necessitamos de uma revisão crítica com relação ao que se FALA ou que se CALA nas igrejas sobre o sexo, inclusive com relação às práticas sexuais. Se existe alguém interessado em que possamos aproveitar nossa sexualidade EM TODA A PLENITUDE certamente é o nosso Pai, que nos criou como seres sexuais.

Este artigo faz parte da Dissertação de Mestrado em Sexologia defendida pelo autor em 2005.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA (todas as citações se encontram em):
NASCIMENTO, Virgilio Gomes. Norma e transgressão da sexualidade: uma pesquisa acerca dos transtornos sexuais femininos e conflitos entre atitudes e comportamento sexual num grupo de mulheres evangélicas do Grande Rio de Janeiro Rio de Janeiro: Mestrado em Sexologia da Universidade Gama filho, 2005. Dissertação de Mestrado (183 p.)

sábado, 2 de junho de 2007

Intimidade no casamento: necessidade x dificuldade

A palavra casal é descrita nos dicionários como um par composto por um macho e uma fêmea, ou marido e mulher. Sabemos, no entanto, que é uma definição puramente descritiva e que não possibilita uma aproximação à complexidade inerente nesta relação de dois indivíduos. Poderíamos fornecer definições jurídicas, religiosas, psicológicas, sociais ou a partir de várias outras perspectivas teóricas. No entanto, a definição de Balint (apud Costa e Katz, 1992) pareceu propícia para iniciar nossa discussão. Segundo ele, o relacionamento conjugal estável “é marcado pelo encontro de duas pessoas parcialmente cônscias do que estão buscando e não plenamente capazes de expressar verbalmente o verdadeiro significado desta busca”.

Isso significa que, apesar de justificarem terem casado com seus cônjuges por conforto e felicidade, ou porque todo mundo casa, ou porque encontrou uma pessoa de que gostou mais do que das outras que conheceu, ou porque cansou de viver sozinho, na realidade, verificaremos que as verdadeiras razões estão relacionadas a motivações muitas vezes inconscientes.

De uma forma geral, as pessoas baseiam suas escolhas conjugais em motivações que possuem origem nas primitivas relações com os pais, que configuram um padrão básico de relacionamento. Além disso, o interjogo entre as reciprocidades e as complementaridades auxiliará na definição deste tipo de relação. Estes fatores fazem com que a formação de um casal seja uma tarefa árdua e cheia de obstáculos.

Este processo depende de inúmeras concessões internas de dois indivíduos, com suas respectivas identidades. Concessões que podem ultrapassar a disponibilidade que a identidade e estrutura de cada um seja capaz de abdicar. Em contrapartida, pertencer a um casal permite que o outro sirva de referência indispensável para a conservação da percepção lógica e organizada de si mesmo. Precisamos do outro para diferenciar o que é real e o que é fantasia, inclusive sobre nós mesmos.

A formação de um casal, além de ser a união de duas identidades distintas, é a fusão de duas identidades. Uma influi diretamente na outra. Esta relação que se estabelece, quando sadia, leva a um sentimento de pertencimento. Muitos dizem que o sentimento de pertencimento é tão inerente ao ser humano que inconscientemente lutamos contra a solidão o tempo todo. Falcke, Diehl e Wagner (2002) constataram que a união das pessoas através do casamento, seja oficializada ou não, ainda parece ser a alternativa mais freqüente no estabelecimento de um relacionamento conjugal estável.

No entanto, Bach e Wyden (1991) afirmam que milhões de casais, embora continuem a viver juntos física e legalmente, na realidade estão emocionalmente apartados, e ninguém sabe quantos casais estão nestas condições. Nesta situação, muito sofrimento pode ser gerado e vivenciado pelos cônjuges. Deriva deste sofrimento o sentimento de ansiedade que surge e decorre da sensação de alienação. Este sentimento seria o responsável por efeitos físicos graves, como depressão e ataques do coração, entre outros.

Para Bach e Wyden (op. cit.), o responsável direto por tais conseqüências é, na verdade, a falta de intimidade dos cônjuges. Goldberg (2000) concorda com a assertiva, ao afirmar que as dificuldades nos relacionamentos são a causa dos freqüentes sentimentos de alienação e exaustão existencial que caracterizam a sociedade Pós-moderna. A falta de intimidade no casamento é apontada como um dos diversos fatores de vulnerabilidade que contribuem para o desenvolvimento da depressão na mulher (Brown et. al., 1975 apud Waring, Tillman, Frelick et. al., 1980).

Quanto à relação entre a falta de intimidade e o divórcio, cabe ressaltar que seria um erro interpretar a alta taxa de divórcio que se observa no mundo como uma fuga à intimidade. A maioria dos casais se separa por ter fracassado em encontrar a intimidade que tanto desejava, ou porque não consegue suportar a dor de viver sem a intimidade que sentiu ter possuído um dia (Bach e Wyden, 1991). Goldberg (2000) é ainda mais enfático. Considera que o encontro relacional íntimo é a experiência humana mais desejada nas relações humanas.

Dificuldades práticas e vivenciais

Os esposos encontram dificuldades crescentes de “recursos” no que se refere a escutar ativamente o cônjuge, de se auto-revelarem um ao outro, de estarem abertos ao companheiro, ou até mesmo de estarem disponíveis para uma simples cordialidade. Aparentemente, segundo Stanford e Danton (op. cit.), na sociedade norte-americana, a maioria das pessoas se casa porque ama e busca atingir e manter a intimidade com o eleito.

Em contrapartida, comentam que, ironicamente, os sentimentos de amor e os comportamentos associados com a intimidade (como a demonstração de carinho) decaem quase que imediatamente após o casamento. Um aspecto interessante é que o número de interações negativas mantém-se constante. Segundo a opinião de Buchner (1984, apud Stanford e Dainton, 1994), isso poderia se dar por decorrência das interações do dia-a-dia, tornando pesada esta faceta cotidiana do casamento, determinando que os ideais românticos, cultivados por ideais culturais, tornem-se de difícil sustentação.
Extraído de
WAINBERG, Lina.
Intimidade para quê? Seu papel na satisfação sexual feminina./ Lina Wainberg. Rio de Janeiro, x, 116f + 18f. Dissertação (Mestrado em Sexologia) Rio de Janeiro: Universidade Gama Filho – UGF, 2004.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

É hora de Mudar. Mexa-se!

MEXA-SE,

Descubra como mudar em 25 passos:

1) Nossa vida nos reserva experiências novas e modificações inesperadas, em qualquer momento e em qualquer lugar;
2) Nossas próprias crenças e valores interferem diretamente na maneira de vermos a realidade das coisas, desestabilizando-se diante da situação emergente;
3) Nossas cerimônias e rituais diários são agentes reforçadores de conformismo e estabilidade;
4) Quando algo novo surge temos que lidar com a necessidade da mudança;
5) A rotina em alguns momentos não dá conta da situação nova. Desapegar-se da rotina amedronta e assusta;
6) Às vezes sabemos o que nos falta e o que queremos, só que isto nos empurra mais ainda para a necessidade de mudança;
7) Quanto mais sua história/rotina for importante para você, maior a dificuldade de despreender-se dela;
8) Para reforçar a não mudança crio frases e pensamentos de reforço, tipo: eu gosto daqui, aqui é o meu lugar, há perigo lá..., é muito arriscado, nada me garante depois. Escolhendo o confortável e familiar o risco é descartado. Mas a situação não é resolvida.
9) Se bem que o risco possa ameaçar, a passividade e o tempo não resolvem as questões da mudança.
10) Os fatos e situações passadas não se repetirão, esperar pelo ontem é perda de tempo. O que nos paralisa são as crenças rígidas e aterrorizadoras que desenvolvemos a cerca do mundo;
11) Estas crenças no fundo representam/refletem o nosso medo e nossa dificuldade de lidar com ele. Se bem que o medo pode ser um agente da ponderação, deve ser questionado e enfrentado quando nos impede de fazer alguma coisa. Coragem não é ausência do medo, mas sua superação.
12) Decisões novas, inicialmente, podem nos levar a períodos/estágios de confusão naturais no processo de mudança. O importante é que você está assumindo o controle da sua vida e não esperando que as coisas aconteçam.
13) Quanto mais tempo perdemos para os velhos modelos, mais eles se demonstram insatisfatórios e ineficientes em atender nossas novas demandas.
14) O peso de nossa história passada nos tentará a desistir. Não desista. Lembre-se que você é o agente de sua história. E o que você precisa é de uma nova história.
15) Quando você caminha, mesmo sem saber para onde, a própria sensação de ser dono de suas pernas já indicará algo especial para você.Você é livre no momento que vence o medo.
16) O exercício em busca do novo, e a sua capacidade de antecipação, já promove ânimo e sabor pela vida.
17) A boa sensação do novo pode ser intercalada por períodos de saudosismo pelos velhos modelos e referências antigas. Permaneça firme!
18) Quanto mais rápido você se livra dos velhos esquemas, mais rápido curte o sabor do novo. Aquilo que se teme geralmente não é tão ruim quanto se imagina.
19) Às vezes somos prisioneiros de nossos pensamentos. Pensamos mais no que poderia dar errado, e esquecemos o que poderia dar certo.
20) Percebemos que, nos movendo ou não, a única coisa constante na vida é a mudança. Isto está além de meu controle. Decidir ser o agente da mudança nos move na direção certa da vida.
21) Aceitar a mudança como algo natural, é no mínimo economia de tempo e energia. Quando percebemos desde cedo as pequenas necessidades de mudança e investimos neles, fica mais fácil trabalhar as maiores.
22) A tentativa de manter-se neutro no processo de mudança é ilusão.
23) O fator primordial na mudança é eu estar disposto a encarar a mim mesmo, sem desculpas ou enganos. Refletir sobre os fatos, ser flexível, simplificar as ações e mover-me, eis o sucesso da mudança.
24) Saiba que o novo dia pode se tornar velho e inadequado. Atualize-se, esteja atento a necessidade de novos ajustes. Em outras palavras: - a vida é movimento, mexa-se. A única constante é a Mudança.
25) A HORA É DE MUDANÇA “Esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para as que diante de mim estão, PROSSIGO PARA O ALVO, para o prêmio...”
(S. Paulo)

Texto: Virgilio Gomes do Nascimento