domingo, 30 de março de 2008

RELAÇÕES AFETIVAS INFLUENCIAM INÍCIO DA PUBERDADE

Em famílias bem estruturadas, maturação sexual de meninas começa mais tarde, diz estudo. MENARCA PRECOCE é fator de risco para transtornos de humor, gravidez na adolescência e câncer no aparelho reprodutivo. Meninas criadas em famílias instáveis e mal estruturadas entram na puberdade mais cedo, segundo estudo publicado na revista Child Development por pesquisadores das universidades do Arizona e do Wisconsin.

A puberdade precoce é fator de risco para vários problemas de saúde, como transtornos de humor, abuso de drogas, gravidez na adolescência e câncer no aparelho reprodutivo. A queda na idade da primeira menstruação é um fenômeno global atribuído à melhoria das condições de vida, e uma série de influências ambientais, alimentares e psicológicas ainda pouco compreendidas desempenham papel importante na maturação sexual da mulher.

Os psicólogos Bruce Ellis e Marilyn Essex usaram como referência para sua pesquisa o modelo proposto pelo psicólogo britânico Jay Belsky, da Universidade de Londres, segundo o qual a ecologia familiar pode acelerar ou retardar a puberdade em garotas. Fatores estressantes como pobreza, conflito do casal, violência doméstica e falta de atenção e proteção dos pais costumam adiantar a menarca.

Segundo a teoria de Belsky, o organismo ajusta seu desenvolvimento sexual em resposta às condições nas quais vive, o que faz sentido do ponto de vista adaptativo, pois quanto piores são essas condições, mais vantajoso é se tornar independente mais cedo e cuidar do próprio nariz (pena que, nos dias de hoje, nem sempre os preceitos evolutivos façam sentido).Para testar a teoria os pesquisadores acompanharam o desenvolvimento sexual de 227 meninas desde os 6 anos. Condições socioeconômicas, grau de conflito entre os cônjuges, depressão do pai ou da mãe e a relação dos pais com as crianças foram algumas das variáveis observadas. Dosagens hormonais e avaliações de características sexuais secundárias foram realizadas duas vezes até que as meninas terminassem o ensino médio.

Os resultados mostraram que, nas famílias com pai e mãe presentes e participativos na educação das crianças, sem relatos de depressão e com poucos conflitos conjugais, as alterações hormonais típicas da puberdade ocorreram mais tarde. Além disso, as filhas de mulheres que tiveram a menarca mais tardiamente mostram a mesma tendência, o que aponta para influências genéticas. Maior índice de massa corpórea na infância se relacionou com início mais precoce da puberdade, o que destaca o papel da alimentação na maturação sexual.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Adolescentes Que Tem Iniciação Sexual Precoce se Arrependem Posteriormente

A proporção de adolescentes que tem iniciado sua vida sexual antes dos 16 anos de idade está aumentando. Estudos anteriores demonstraram que a iniciação sexual antes dos 16 anos de idade muitas vezes é acompanhada de sentimento de culpa.

Estes estudos, entretanto, foram realizados anos depois da adolescência, e poderiam refletir um amadurecimento da personalidade individual. Entretanto, estudos que avaliassem este comportamento durante a adolescência até então não existiam.

Um novo estudo publicado na revista British Medical Journal, conduzido por Daniel Wight e colaboradores, sugere que uma boa parte dos adolescentes que tiveram suas primeiras experiências sexuais precocemente mais tarde se arrependem, e desejariam que tivessem esperado por mais tempo.

Pesquisadores do MRC Social and Public Health Sciences Unit, em Glasgow, Escócia, avaliaram estudantes com a idade média de 14 anos, acerca de suas experiências sexuais, e suas atitudes acerca destas experiências. Foram avaliados questionários submetidos a 7395 adolescentes (3665 meninos e 3730 meninas).

Cerca de 18 % dos meninos e 15 % das meninas relataram ter tido experiências heterosexuais, sendo que 60% destes utilzaram métodos de anticoncepcção oral.Cerca de 30% das meninas e 27% dos meninos disseram que a sua experiência sexual ocorreu muito cedo, ou até mesmo não deveria ter acontecido.

Os meninos apresentavam ainda uma característica de arrependimento por terem pressionado suas parceiras, enquanto que as meninas se arrependiam mais de terem cedido à pressão, ou de não terem planejado a relação.

Os cientistas concluíram que a educação dos adolescentes e o desenvolvimento de comunicação podem ajudá-los a evitar um ato de que mais tarde eles possam vir a se arrepender, tendo mais controle sobre a vida sexual, e diminuindo a pressão e o sentimento de culpa resultantes.
Vale a pena lembrar das palavras do sábio Salomão de que há um tempo certo para tudo. Prática sexual de acordo com a Palavra tem seu momento certo (casamento).

Fonte: BMJ 2000;320:1243-1244 (6 May) Copyright © 2002 Bibliomed, Inc.