segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Agenda de Programa e Eventos para 2009

A partir de Março de 2009, estaremos abrindo a agenda para novos Programas e Eventos. Caso esteja interessado em nossa participação em alguma programação, por favor reserve sua data no link agenda 2009. Obrigado por acessar nosso blog.

Agradeço a participação de todos no blog, esperamos contar com você no proximo ano também.


Desejo a todos um Feliz 2009!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

A Ditadura do Espelho

Dentre os muitos males que caracterizam a sociedade moderna está a busca pelo corpo perfeito. Diariamente as bancas de jornal vendem as imagens atualizadas de sucesso. Com isso muitos indivíduos, buscando aproximar-se ao máximo aos modelos de beleza, se sacrificam, investem tempo e dinheiro, pela imagem perfeita. O problema é que todo exagero gera resultados negativos. E com eles surgem, ou são reforçadas, novas patologias.

Atualmente os consultórios de psiquiatria e psicologia têm recebido muitos clientes que apresentam transtornos ligados a auto-imagem, sendo crescente o número do chamado Transtorno Dismórfico Corporal.

Cabe a cada um de nós uma reflexão coerente sobre o tema, para que não caiamos nas armadilhas da modernidade, transformando o útil conselho de cuidarmos de nosso corpo numa verdadeira corpolatria.

Os parágrafos a seguir nos ajudam a entender o tema: Transtorno Dismórfico Corporal

Muitos são os pais que se esforçam, em vão, para convencer seus filhos adolescentes de que eles não são tão magros e raquíticos como acreditam, ou que não têm o nariz tão enorme como se vêem, que as espinhas não são tão deformantes como eles reclamam... Os adolescentes, entretanto, não acreditam em nenhum desses argumentos, mesmo se forem ditos por centenas de pessoas... eles continuam diante do espelho reclamando suas “deformidades”. Podem ser portadores de Transtorno Dismórfico Corporal.

A pessoa se vê muito mais gorda do que é de fato, não acredita nas pessoas que dizem-lhe o contrário. Portadores deste mal costumam ver gordurinhas e dobrinhas que, ou não existem, ou são fisiológicas e normais em todas as pessoas. Onde a crença de estar gordo tem características delirante, ou seja, são irremovíveis pela argumentação lógica (foto, balança, opiniões).

Choi, Pope e Olivardia analisaram a chamada Vigorexia, ou seja, uma síndrome onde as pessoas, geralmente homens, independentemente de sua musculatura (embora normalmente sejam bem desenvolvidos), têm uma opinião patológica a respeito do próprio corpo, acreditando terem uma musculatura muito pequena, fraca e frágil.

Os pensamentos persistentes sobre “defeitos” na aparência corporal são praticamente delirantes, além de intrusivos à consciência, difíceis de resistir e em geral acompanhados por compulsões rituais de olhar-se no espelho constantemente, eles não são acompanhados de nenhuma crítica por parte do paciente.

No Transtorno Dismórfico Corporal são mais comuns as queixas que envolvem defeitos faciais, como por exemplo, em relação à forma ou tamanho do nariz, do queixo, calvície, etc. As queixas geralmente envolvem falhas imaginadas ou, se existem são bem mais leves que o paciente imagina, na face ou na cabeça, tais como perda de cabelos, acne, rugas, cicatrizes, marcas vasculares, palidez ou rubor, inchação, assimetria ou desproporção facial, ou pêlos faciais excessivos.

Outras preocupações comuns incluem o tamanho, a forma ou algum outro aspecto do nariz, dos olhos, pálpebras, sobrancelhas, orelhas, boca, lábios, dentes, mandíbula, queixo, bochechas ou cabeça. Não obstante, qualquer outra parte do corpo pode ser o foco de preocupação do paciente, inclusive podem envolver outros órgãos ou funções, como por exemplo, preocupação com o cheiro corporal que exalam, mau hálito, odor dos pés, etc. Embora a queixa seja freqüentemente específica, algumas vezes pode ser vaga e alguns pacientes podem apenas se queixar de uma “feiúra” geral.

Geralmente essas pessoas também apresentam casos de Ansiedade e Depressão, como resultado dos pensamentos distorcidos.

Pacientes com Transtorno Dismórfico Corporal em geral são perfeccionistas e podem ter traços de personalidade obsessivos ou esquizóides. Sendo as idéias sobre as deformidades corporais de natureza obsessiva, pode haver também um comportamento compulsivo.

No caso da Vigorexia os exercícios excessivos são compulsivos, mas também a compulsão pode se manifestar através de freqüentes verificações diante do espelho, cansativos exames do suposto “defeito” que podem consumir várias horas do dia. Os pacientes freqüentemente pensam que os outros podem estar observando com especial depreciação sua suposta deformidade, talvez comentando a respeito dela ou ridicularizando-a.

IncidênciaOs transtornos derivados da excessiva preocupação com o corpo estão se convertendo em uma verdadeira epidemia. Desejar com muito ardor uma imagem perfeita não significa sofrer de uma doença mental, mas aumenta as possibilidades de que este transtorno emocional apareça. Ainda que haja hipóteses biológicas para o Transtorno Dismórfico Corporal, como por exemplo, eventuais alterações nos desequilíbrios nos níveis de serotonina e outros neurotransmissores cerebrais, não cabem dúvidas de que os fatores sócio-culturais e educativos têm uma grande influência em sua incidência.

O Transtorno Dismórfico Corporal parece ser diagnosticado com freqüência aproximadamente igual em homens e mulheres, iniciando-se em geral na adolescência de forma gradual ou súbita e seu curso é flutuante e crônico. Porém, os portadores do tipo Vigorexia (Transtorno Dismórfico Muscular) são, em sua maioria, homens entre 18 e 35 anos, os quais começam a dedicar demasiado tempo (entre 3 e 4 horas diárias) as atividades de modelação físicas, resultando em algum tipo de prejuízo sócio-ocupacional.

A idade de início mais comum do Transtorno Dismórfico Corporal também é no final da adolescência ou início da idade adulta. A média de idade está em torno dos 20 anos, não sendo raro que o diagnóstico seja feito mais tardiamente.

Segundo dados de Pope, entre 9 milhões de norte-americanos que freqüentam academias de ginástica, existe perto de um milhão de pessoas afetadas por um transtorno de ordem emocional que os impede ver-se como são na realidade, e normalmente esse transtorno é o Transtorno Dismórfico Corporal (ou Muscular).

Uma das conseqüências do Transtorno Dismórfico Corporal é a esquiva das atividades costumeiras, a qual pode levar a um extremo isolamento social e resultar, em casos graves, no abandono do trabalho ou da escola. Também há dificuldades em fazer amizades e iniciar ou manter relacionamentos amorosos.

Ideação suicida ou suicídio consumado também podem ocorrer, assim como repetidas hospitalizações. Além disso, esses pacientes freqüentemente buscam e recebem tratamentos médicos gerais, dentários e cirúrgicos para a correção de imaginados defeitos. Esses tratamentos mal indicados costumam piorar o transtorno, levando a uma intensificação ou novas preocupações, as quais podem resultar em procedimentos mal sucedidos adicionais.

Causas

Ainda que não se tenham dúvidas sobre a importância do elemento sociocultural no desenvolvimento e na incidência da Transtorno Dismórfico Muscular, também parece que a patologia está relacionada com desequilíbrios de diversos neurotransmissores do sistema nervoso central, mais precisamente da serotonina.

O tratamento se dá através da conjugação de cuidados médicos e psicoterápicos. A psicoterapia é fundamental, o objetivo é modificar a conduta da pessoa, recuperando sua autoestima e superando o medo do fracasso social.

- in. PsiqWeb Internet, disponível em
http://virtualpsy.locaweb.com.br/, revisto em 2008

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A Ditadura do Orgasmo


Na década de 60, as mulheres lutaram por liberdade sexual, por ter direito ao prazer e por se emanciparem da repressão da família e da sociedade. Parece que deu certo, e deu certo até demais.

Hoje, tanto as mulheres quanto os homens, são quase intimados a apresentar um bom desempenho na cama e a ter uma vida sexual obrigatoriamente ativa. É a revolução sexual às avessas.Não ter vida sexual ativa, e bem ativa, passou a ser sinônimo de fracasso.

Depois de dizer adeus aos preconceitos, às proibições, à repressão sexual, a sociedade parece viver numa espécie de ditadura do sexo.Um exemplo disso é a obrigatoriedade do orgasmo, principalmente no caso das mulheres. Muitas fingem que chegaram ao ápice do prazer só para não correrem o risco de perder o parceiro, de serem consideradas mutiladas sexuais.

As pessoas vivem querendo ser uma espécie de atletas na cama como, se estivessem participando de uma disputa onde o mais feliz será aquele mais permissivo, libidinoso, descontraído e sexualizado.Quando a pessoa não consegue ter o desempenho esperado, tanto homens quanto mulheres, acabam se sentindo obrigatoriamente deprimidos, infelizes e frustrados. Essa baixa auto-estima se mostra mais contundente quanto mais a pessoa se queixa publicamente desses seus "defeitos".O problema talvez seja o modelo e parâmetro culturalmente estipulado para que a pessoa se sinta feliz, independentemente dos próprios princípios, gostos, crenças e valores.

Quem não obedece o modelo divulgado por certas "novelas" deve se sentir frustrado, retrógrado e infeliz.Depois de muito tempo de repreensão da sexualidade, as pessoas, principalmente as mulheres, decidiram virar a mesa e viver o sexo com mais liberdade. O problema é que partiram do proibido diretamente para o obrigatório e o que era para ter sido uma revolução sexual, virou ditadura.Na tentativa de se adaptar a tanta modernidade, surgem os conflitos pessoais. Muitas vezes, as pessoas adotam comportamentos que vão contra o que desejam e acreditam, ou seja, acabam fazendo o que devem (culturalmente) de forma emancipada daquilo que desejam de fato. Ou acabam desejando aquilo que não devem.

O exemplo disso é que antigamente as mulheres eram coagidas a permanecerem virgens até o casamento mas hoje, a adolescente que ainda não perdeu a virgindade é questionada pelas amigas e até ridicularizada.Mas nem todas as pessoas cedem a essa pressão cultural externa. Para aqueles que aderem à obrigatoriedade da vida sexual ativa e cheia de orgasmos, porque de fato é isso que querem, não há problemas.

Aqueles que não são, em suas intimidades, sexualmente ávidos mas têm determinadas características de personalidade que as levam a ter um comportamento excessivamente preocupado com o que se espera delas, ou excessivamente preocupado com o que vão pensar delas, a possibilidade de terem conflitos é maior, inclusive disfunções sexuais.As pessoas muito preocupadas em terem desempenho sexual de acordo com os padrões vigentes, na verdade, se acostumam a atender uma cobrança não apenas externa, da cultura, mas também interna, de sua própria ansiedade em satisfazer as expectativas dos demais.

Fonte: Veja ed. 1692- 21/03/2001

domingo, 26 de outubro de 2008

Piercing Lingual prejudica a saúde.

Historicamente, a prática do piercing (do inglês: perfuração) tem sido realizada por várias civilizações. Há relatos de uso entre os egípcios, romanos, maias, tendo conotações espirituais, sexuais, estéticas e de rituais de passagem. Na sociedade atual ele apresenta uma ligação com a adolescência e a vontade de ser diferente. A moda do piercing ganhou força com o movimento Hippie dos anos 60 e 70 e posteriormente com os Punks nos anos 80 e 90.
Vários locais do corpo, face e boca têm sido escolhidos em função da estética. Os piercings de língua e regiões periorais tornaram – se mais populares com o passar do tempo (CANTO et al. 2002). Atualmente, eles são motivo de preocupação e discussão pelos odontólogos, devido suas interferências prejudiciais na cavidade oral e complicações que podem ter origem infecciosa ou não.



Acessório pode provocar infecção, hipersalivação, inchaço, traumas em dentes e até câncer bucal


BRASÍLIA - Povos ancestrais como os maias utilizavam o piercing oral em ritos de passagem. Os jovens da era moderna não necessitam mais provar que são bons caçadores, mas ainda utilizam a jóia na bochecha, lábios e principalmente na língua como acessório da moda ou para reafirmar a identificação com sua “tribo”. Porém, o que muitos usuários não sabem é que o adereço pode trazer sérios riscos à saúde, como o câncer bucal.
Em primeiro lugar, nem sempre os estabelecimentos que colocam as peças seguem as normas de vigilância sanitária e de esterilização. A falta de cuidados com a biossegurança favorece a transmissão cruzada de hepatite e de Aids. O alerta é da Associação Brasileira de Odontologia (ABO).
A dor e o edema na língua são as primeiras complicações que surgem com a punção. Quando a perfuração atinge regiões vascularizadas ou nervosas, o órgão pode apresentar sangramento prolongado ou parestesia (sensações subjetivas vivenciadas mesmo sem estimulação, como frio, calor, formigamento). E se a língua inchar demais pode até fechar a passagem do ar e dificultar a respiração.
“E como somente profissionais de saúde estão habilitados a prescrever antibióticos na fase pós-operatória, o usuário pode desenvolver uma infecção por falta de precauções”, alerta o presidente nacional da ABO, Norberto Francisco Lubiana.
Os riscos não cessam após a colocação da peça. Mesmo que o usuário não apresente quadro infeccioso no início, o hábito de brincar com a jóia ou a simples mastigação pode causar danos aos tecidos vizinhos. A literatura científica reporta casos de fratura dental, trauma na mucosa, gengiva e palato, retração gengival – que deixa o dente mais vulnerável à cárie e à periodontite - e cicatrização exagerada (quelóide) na língua em usuários de piercing. Outros problemas são interferência na mastigação, deglutição e fonação, hipersalivação, dificuldades na fala, além de aspiração da jóia, incorporação da jóia no local da perfuração, obstrução de imagens radiográficas e hipersensibilidade ao metal. Piercings colocados em outras regiões da cavidade oral também podem causar danos irreversíveis aos pacientes.
Lubiana lembra que o trauma contínuo e de baixa intensidade provocado por um objeto estranho ao corpo como o piercing, potencializado pelo consumo de álcool, fumo ou propensão genética, pode levar ao câncer.
O presidente da entidade aconselha aos usuários do acessório a procurar um cirurgião-dentista de sua confiança para acompanhamento e identificação de eventuais danos à saúde bucal.




Não é dificil entender, nem mesmo questionar, que o uso de piercing fere ao princípio de cuidados com corpo requerido pelas orientações bíblicas. Mesmo que alguns queiram minimizar os desdobramentos de seu uso, fica claro para nós que muitas são as evidências, como no artigo acima, que confirmam a Palavra. É simples... a questão é se estou disposto a aceitar...

domingo, 5 de outubro de 2008

As Pistas da Mentira


Não é de hoje que a Mentira tem trazido tantas complicações a vida humana: corrói relacionamentos, cria riscos, etc... Sabemos que o Inimigo é o pai da Mentira, mas será que é possivel ser sempre verdadeiro... Será a mentira sempre um mal em si mesmo... Há aqueles que pensam diferente, inclusive cristãos... Até a ciencia se interessa por este assunto, como no artigo a seguir, parece que não dá pra esconder a mentira... Quem sabe por ser nossa origem de Alguém verdadeiro, não nos é natural tal atitude.


A mentira é uma característica tão central na vida, que um melhor conhecimento desta será relevante para a compreensão de quase todos os comportamentos humanos (Ekman, 1985).


Pode-se imaginar algumas situações em que se faz necessário identificar a mentira, situações onde esta pode ter uma implicação grave, muito diferente da mentira social:

1) Um psicólogo, ao entrevistar um detento, a fim de elaborar uma avaliação de soltura, deverá ter conhecimentos para detectar a mentira, pois será um dos responsáveis pelo ajustamento deste à sociedade;

2) Um juiz, ao dar o veredicto final de um processo, deve estar atento aos sinais indicadores de mentira a fim de proceder com justiça;

3) Um empresário poderá evitar problemas futuros se estiver habilitado para reconhecer tais sinais, ao estabelecer uma negociação.


Comportamentos não-verbais podem indicar contradições entre aquilo que o paciente diz e o que se manifesta em seu comportamento, sendo que o terapeuta pode utilizar tais dados em seu trabalho terapêutico, assinalando, por exemplo, as contradições entre o que o paciente mostra com seu corpo e aquilo que diz.
Pode-se definir mentira como o ato de enganar alguém, deliberadamente, sem antes notificá-lo de tal intenção. Assim, de acordo com esta definição, quando se joga pôquer, ao omitir informações sobre seu jogo, você não estará mentindo, pois espera-se que um bom jogador blefe durante a partida. Da mesma maneira que o jogador de pôquer, um ator não espera que seu público acredite que os sentimentos que ele expressa sejam reais. Por outro lado, existe o auto-engano, situação na qual aquele que falseia informação acredita naquilo que diz, logo, não está mentindo (Ekman, 1997).
Segundo Ekman (1985) existem várias formas de mentira: omitir informação verdadeira, falsificar ou apresentar informação falsa como sendo verdadeira, admitir uma emoção dando uma origem falsa para sua causa, contar a verdade falseando-a ou admitir a verdade de maneira tão exagerada que pareça mentira, falar apenas parte da verdade, ou dizer a verdade de forma a parecer o oposto do que é dito.
A seguir abordamos as pistas não-verbais que indicam quando alguém está mentindo.
Sinais da Mentira
Mentimos com mais facilidade com as palavras do que com nossas gesticulações ou posturas corporais. É verdade que as pessoas podem exibir um rosto simpático, construir um sorriso falso e fingir que estão com raiva. Elas podem, ainda, ser falsas nas suas ações, bem como com as palavras, mas apenas quando sabem mais ou menos o que fazer.
Embora, o “bom mentiroso” emita um menor número de sinais com o corpo e com a face, conseguindo suprimir a maior parte dos movimentos de contorção do corpo, restam quase sempre alguns pequenos movimentos corporais (Morris, 1996; Morris, 1978) e faciais (Ekman, 1985) difíceis de se eliminar. Esses movimentos podem limitar-se a micro expressões faciais e a ligeiras alterações de peso ou pressão, sendo que esses indícios podem ser detectados caso o ouvinte esteja alerta para eles.


Gestos
As pistas que mais facilmente podem ser suprimidas quando mentimos são os gestos. Existem alguns tipos de gestos que merecem atenção:


1) Emblemas são sinais gestuais que, dentro de uma cultura, possuem um significado preciso, sendo usados em lugar de uma palavra ou quando não se pode falar. Os emblemas aparecem cortados e/ou incompletos quando a pessoa mente, surgindo, geralmente, fora da região de apresentação (entre pescoço e quadris). Como exemplos de emblemas, na cultura ocidental, temos o levantar os ombros em sinal de interrogação ou incerteza e o balançar a cabeça em sinal de “sim” ou “não”. Pessoas mentindo levantam sutilmente um dos ombros antes de responder a algumas perguntas, promovendo, desta forma, um sinal de mentira (Ekman,1985). Em resumo, pode-se dizer que os sinais emblemáticos aparecem, deixando escapar informações ocultas, fora da região de apresentação, quando mentimos.
2) Ilustradores são gestos diretamente ligados à fala. Os ilustradores servem apenas para enfatizar ou ilustrar o discurso.Os estudos sobre mentira indicam que há uma tendência das pessoas usarem menos ilustradores quando falseiam uma informação. Na mentira, os ilustradores aparecem fora de sincronia com o discurso. Por exemplo, ao enumerarmos tópicos ilustrando com os dedos (um, dois, três, quatro, etc) estes aparecem atrasados em relação à contagem verbal.
3) Manipuladores ou Adaptadores: Os manipuladores ou adaptadores são gestos que não estão diretamente relacionados à fala. Caracterizam-se como movimentos de auto-manipulação, como coçar o nariz, passar a mão no cabelo, esfregar o queixo, etc. A freqüência de manipuladores aumenta quando a pessoa está tensa e ansiosa (não necessariamente quando está mentindo). Entretanto, como muitas pessoas sentem-se tensas e ansiosas quando estão mentindo, estes gestos podem aparecer nestas ocasiões, em função de um maior “desconforto psicológico”.
Paralinguagem
De acordo com Rector e Trinta (1990), a paralinguagem remete a uma série de ocorrências na linguagem, mas que não fazem parte da Língua. Assim temos: a) Variações de altura e intensidade da voz, não previstas no sistema de entonação; b) as pausas; c) sons que não fazem parte da Língua, como os risos e suspiros; d) outras qualidades da linguagem articulada, como a ressonância.


Embora tenhamos um grande controle sobre o conteúdo de nossa fala, a paralinguagem pode muitas vezes nos trair, fornecendo pistas de que estamos mentindo. Destacamos a seguir alguns sinais paralinguísticos da mentira:


1) Fala: torna-se mais alta e menos fluente na simulação. Hesitar no início da fala, particularmente se a hesitação ocorrer quando alguém estiver respondendo a uma pergunta, pode ser um sinal de mentira (Ekman, 1985).

2) Pausas: podem ser mais longas e/ou mais freqüentes quando as pessoas mentem. É como se fosse necessário parar para pensar antes de responder uma pergunta.

3) Tom de Voz: de acordo com a literatura, quanto mais nervosa está uma pessoa mais aguda fica sua voz. Como as pessoas, em geral, ficam nervosas quando mentem, uma voz mais aguda pode ser indicador de mentira.

Por outro lado uma pessoa pode estar nervosa por razões outras que não seja o medo de ser pego mentindo.


Face


As pessoas possuem maior dificuldade de mentir com a face do que com as palavras. Quando falamos, podemos nos monitorar com a audição. O mesmo não acontece com as expressões faciais autênticas, que, além de não possuírem um sistema de feedback sensorial, são involuntárias e possuem um tempo de duração relativamente curto.

Inibir uma expressão facial espontânea pode ser muito difícil, e nem sempre estamos atentos o suficiente para antecipar sua ocorrência e controlá-la a tempo de escondê-la com outra expressão.

Por outro lado, pode-se dizer que demonstrar na face uma emoção que não é sentida nem sempre é possível, porque as vias neurais subjacentes às expressões espontâneas e às expressões posadas são diferentes, e os músculos faciais respondem de maneira diferente a estímulos provenientes de cada uma.

Estas são algumas pistas faciais indicadoras de que a pessoa está mentindo sobre suas verdadeiras emoções:
1) Expressões quebradas aparecem quando o sujeito percebe que uma expressão vai aparecer e tenta controlá-la, conseguindo-o apenas em parte. O resultado é que apenas alguns sinais da expressão total aparecem. Comumente, o sorriso ou uma expressão falsa é criada para encobrir a expressão original.

2) Timing. Expressões verdadeiras são demonstradas rapidamente na face. Se a expressão não é verdadeira, esta tende a permanecer na face por mais tempo que o usual.

3) Expressões Assimétricas: existem evidências de que as expressões voluntárias (não espontâneas) são assimétricas, enquanto que as involuntárias (espontâneas) não o são.

4) Localização: Se a expressão de uma emoção aparece depois das palavras relativas a esta, provavelmente ela é falsa. Normalmente, a expressão de uma emoção genuína aparece junto com as palavras e até alguns segundos antes.


Conclusão


Nesta breve exposição enumeramos apenas algumas pistas não-verbais da mentira. Esse conhecimento representa um instrumento importante para o reconhecimento desta. Com isso não queremos sugerir que a mentira possa ser desvendada por uma “receita de bolo”. O estudo sério e científico requer sua contextualização no âmbito total do comportamento. Os indícios aqui resumidos são apenas uma amostra do que a psicologia experimental vem pesquisando no campo da percepção da mentira.


por MonicaPortella & Maurício Canton Bastos (extraido)

domingo, 7 de setembro de 2008

SERÁ QUE A FAMÍLIA RESISTIRÁ A TANTA INOVAÇÃO?

Nas últimas semanas o Programa Fantástico, da Rede Globo, levou ao ar um quadro falando de novos modelos da família moderna. Segundo a reportagem constata-se cada dia que os casais estão se afastando do modelo tradicional e bíblico de união conjugal. De certa forma o que ocorre em nossa sociedade acaba refletindo também na igreja de Deus. O que será que podemos aprender, questionar e confirmar com essa reportagem, que reproduzimos a seguir?

Depois do divórcio, a união estável. E, com a união estável, quem se importa como casamento de papel passado? Falando sobre as mudanças que a família brasileira sofreu nos últimos anos, o Fantástico mostrou que, hoje, o casal moderno conta com a ajuda da tecnologia para manter a relação. Apesar de ainda ser forte a vontade de fazer um casamento durar a vida inteira, hoje, de cada quatro casamentos, um acaba em separação no Brasil.

A família convencional ainda é a maioria. Mas, cada vez mais, surgem novos modelos de família. Uma entrevistada, Nancy Mattos disse: Não, não é que era ruim. Mas a gente sempre chegava à conclusão que quando cada um está na sua casa, o nosso relacionamento fica muito mais leve e mais gostoso. Há quinze anos eles vivem assim: aliança na mão esquerda, rotina de casados, mas em casas separadas.

A repórter Renata Ceribelli perguntou: Por que os filhos separaram as casas de vocês? O marido Francisco Barroso: Porque se você começa muito a entrar no atrito dos ‘meus filhos, dos seus filhos’, ‘Ah, são meus filhos, são seus filhos!’, você acaba prejudicando a relação com ela. E para nunca prejudicar a relação com ela, o que era melhor? O melhor era separar as casas. E namorar. Um dos filhos deixou claro que não queria este tipo de relação para ele.

“Hoje, no Brasil, o casamento e a união estável têm os mesmos direitos. O mesmo patamar, as mesmas garantias. Namorico, de sair uma vez por semana, uma vez ou outra, ficar um dia ou outro, isso não é casamento”, explica o advogado Paulo Lins e Silva. Agora, se a escova de dente já estiver na casa do parceiro... A Constituição de 1988 traz, no artigo 226, a regulamentação do casamento e da união estável. Eles têm os mesmos direitos e garantias. Por isso, morou junto, casou. Apesar de o casamento no civil e união estável terem o mesmo valor perante a lei, na hora de fazer a escolha, o assunto ainda gera muita polêmica dentro das famílias.

Um outro pensamento predominante e de não casar se não morar junto antes, para conhecer como é, como vai ser o hábito. Mesmo que algumas pessoas da família não vêem isso de uma forma positiva. Os mais antigos foram enfáticos: Eu acho errado, deve casar. Porque um dia tem filho e o filho vai falar: ‘Mas minha mãe não é casada!’. Hoje em dia tem casamento para todo gosto: casamento no papel, sem papel, morando junto, em casas separadas. Tem até marido e mulher morando em cidades diferentes, mas se vendo todos os dias: graças à tecnologia.

Homens e mulheres estão cada vez mais independentes. Será que um não precisa mais do outro para formar uma família?

Fonte: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL727130-15605,00.html

domingo, 10 de agosto de 2008

PEDOFILIA - a violência como doença.

Agosto é o mês que ocorre uma campanha maior de conscientização sobre os abusos contra crianças, por isso resolvemos neste artigo endossar esta campanha.
Existem algumas categorias distintas de abuso sexual. Neste artigo nos deteremos a comentar alguns aspectos da Pedofilia
Em todas elas, existe necessidade de tratamento tanto dos abusadores, quanto das vítimas. Não é raro ocorrer que a vítima torne-se um abusador no futuro.
Sinônimo = abuso de menores, incesto, molestação de menores.

A Pedofilia é um transtorno parafílico, onde a pessoa apresenta fantasia e excitação sexual intensa com crianças pré-púberes, efetivando na prática tais urgências, com sentimentos de angústia e sofrimento. O abusador tem no mínimo 16 anos de idade e é pelo menos 5 anos mais velho que a vítima.

O abuso ocorre em todas as classes sociais, raças e níveis educacionais.

A grande maioria de abusadores é de homens, mas suspeita-se que os casos de mães abusadoras sejam sub-diagnosticados. Existem 4 faixas etárias de abusadores:
jovens até 18 anos de idade, que aprendem sexo com suas vítimas
adultos de 35 a 45 anos de idade que molestam seus filhos ou os de seus amigos ou vizinhos
pessoas com mais de 55 anos de idade que sofreram algum estresse ou alguma perda por morte ou separação, ou mesmo com alguma doença que afete o Sistema Nervoso Central
e aqueles que não importa a idade, ou seja, aqueles que sempre foram abusadores por toda uma vida

O sexo praticado com crianças geralmente é oro-genital, sendo menos freqüente o contato gênito-genital ou gênito-anal.

As causas do abuso são variáveis. O molestador geralmente justifica seus atos, racionalizando que está ofertando oportunidades à criança de desenvolver-se no sexo, ser especial e saudável, inclusive praticando sexo com a permissão desta. Pode envolver-se afetivamente e não ter qualquer noção de limites entre papéis ou de diferenças de idade.

Quando ocorre dentro do seio familiar (o abusador é o pai ou padrasto, por exemplo), o processo é bastante complicado. Normalmente interna-se a criança para sua proteção, e toda uma equipe trabalha com o clareamento da situação. Por vezes, a criança é também espancada e deve ser tratada fisicamente. A família se divide entre os que acusam o abusador e os que acusam a vítima, culpando esta última pela participação e provocação do abuso. O tratamento, então, é inicialmente direcionado para a intervenção em crise.

Depois, tanto a criança, quanto o abusador e a família devem ser tratados a longo prazo.
Devido ao fato de abuso de menores ser um crime, o tratamento do abusador torna-se mais difícil.

As conseqüências emocionais para a criança são bastante graves, tornando-as inseguras, culpadas, deprimidas, com problemas sexuais e problemas nos relacionamentos íntimos na vida adulta.

Conseqüências do Abuso Sexual

Crianças e adolescentes vítimas do abuso sexual podem ter uma visão muito diferente do mundo, ao contrário daquelas que cresceram em um ambiente familiar, amoroso e protetor.
Meninos e meninas vítimas, sentem-se traídos e têm dificuldade em confiar nas pessoas ao seu redor. Com isso podem ter graves problemas de relacionamento social e sexual quando adulto
Muitas mulheres que sofreram abuso na infância e/ou adolescência têm vida normal, se casam, tem filhos, são ótimas mães, esposas, profissionais competentes e esforçadas.
Mas um grande número apresenta seqüelas por muitos anos.

Sintomas mais freqüentes (ninguém apresenta todos eles):

· Tendência a abuso de tranqüilizantes.
· Tendência a abuso de álcool.
· Dificuldade de manter o peso na faixa desejada.
· Dificuldade de estabelecer relações afetivas duradouras.
· Certa atração pela dor e sofrimento, inclusive sexuais.
· Fases Depressivas muito fortes e de início agudo. Essas fases depressivas tem características diferentes de outras depressões: são muito difíceis de tratar, as pacientes toleram doses muito altas de Antidepressivos e Tranqüilizantes, sem sentir efeitos colaterais e na muitas vezes também sem sentir efeitos terapêuticos. Essas Depressões aparecem de modo fulminante, de um dia para o outro. Podem durar muito tempo e também podem desaparecer rapidamente. Quase sempre o Médico tem a impressão que os medicamentos não contribuíram muito para o final da fase depressiva.
· Tentativas de suicídio impulsivas, sem planejamento.
· Auto agressão: as pacientes se cortam, se queimam, se batem. Muitas vezes referem que se machucaram para satisfazer uma necessidade irresistível de sentir dor. Ou porque a dor no corpo "é melhor que a dor na alma".
· Ataques de Pânico e pesadelos muito vívidos.

Tratamento:

O tratamento é longo, difícil e sujeito a altos e baixos. Recaídas são sempre esperadas.
A medicação é sintomática, de acordo com os sintomas que se apresentam no momento.
Psicoterapia pode ajudar e deve ser feita com um ou uma Terapeuta que transmita à paciente uma imagem segura, receptiva e confiável.

Importante: nem sempre as lembranças traumáticas das pacientes são reais. Muitas vezes podem ser imaginárias, imaginadas e sugestionadas por charlatães, filmes e livros. Portanto, muito cuidado antes de endossar acusações feitas pelas pacientes contra pai, irmãos, parentes e ou outras pessoas. A fim de organizar as situações conflituosas as vítimas podem se valer de alterações de conteúdo e contexto, necessitando o profissional estar atendo a como prestar a ajuda devida.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

COMPORTAMENTO RELIGIOSO E OS MECANISMOS DE DEFESA DO EGO


Os mecanismos de defesa do Ego são processos subconscientes desenvolvidos pela personalidade, os quais possibilitam a mente desenvolver uma solução para conflitos, ansiedades, hostilidades, impulsos agressivos, ressentimentos e frustrações não solucionados ao nível da consciência. Técnica psicológica para desenvolver a personalidade, sua finalidade é tentar defender-se, estabelecer compromissos entre impulsos conflitantes e aliviar tensões internas selecionadas inconscientemente e operando automaticamente.


Simplificando, quando nos envolvemos em situações reconhecidas como “risco” a nossa integridade pessoal (a nível psicológico) reagimos com estratégias pessoais criadas a partir de recursos de nossa mente. É interessante nota que as pessoas não têm idéia que utilizam esses recursos. As experiências infantis de certa forma explicam este tipo de reações, que na fase adulta podem prejudicar a vida sócio-afetiva dessas pessoas.



No que diz respeito ao ambiente de igreja, muitas vezes a capa de religiosidade pode encobrir fortes conflitos internos na vida de um crente dedicado. Ela abre portas para confirmar e validar alguns comportamento defensivos. O ambiente eclesiástico (como outros) pode propiciar os contextos devidos para o encobrimento dos conflitos internos: poder, liderança, discipulado, exibição, contenção, resignação, fervor, auto-sacrifício, zelo religioso, etc... O fato de transferirmos unicamente para Deus a solução de nossos problemas e encontrar tb nEle a maneira de remediar todos os erros pode manter a pessoa em dilemas, que se fossem atendidos em circunstancias profissionais adequadas seriam mais eficazmente resolvidos. Inclusive proporcionando ao indivíduo princípios e vivências de adoração mais saudáveis.


REPRESSÃO - É um dos mais comuns mecanismos de defesa do ego consiste em afastar uma determinada coisa do consciente, mantendo-a à distância (no inconsciente). manipular o conflito, impulsos em competição, tendências a atos que constitui uma ameaça à imagem que fazemos de nós mesmos afastar ou recalcar da consciência um afeto, uma idéia ou apelo do instinto. Ex: um acontecimento que por algum motivo envergonha uma pessoa pode ser completamente esquecido e se tornar não evocável. Comum em pessoas que foram educadas de maneira repressora, onde principalmente o pecado era sempre apontado como causa.


PROJEÇÃO - É uma forma de deslocamento que dirige-se para fora, e atribui a outras pessoas seus traços de caráter, atitudes, motivos e desejos contra os quais existem objeções e que se quer negar.Ex: A, incapaz de tolerar a angústia despertada pelo seu ódio de B, inconscientemente muda a sua atitude “eu odeio B” para “B me odeia”. As perseguições religiosas a pessoas ou grupos específicos pode estar vinculadas a este mecanismo.


INTROJEÇÃO - Intimamente relacionada com a identificação, visa resolver alguma dificuldade emocional do indivíduo, ao tomar para a própria personalidade certas características de outras pessoas. Ex: a criança desenvolve boas e más auto-representações baseado em como seus pais percebem e respondem a elas. Lideres carismáticos podem se tornar figuras-gurus de seus membros.

REGRESSÃO - É o retorno a atitudes passadas que provaram ser seguras e gratificantes, e às quais a pessoa busca voltar para fugir de um presente angustiante. Devaneios e memórias que se tornam recorrentes, repetitivas. Ex:Uma abordagem infantil e imatura do mundo que pode ter permanecido latente por muitos anos, pode ser despertada por uma experiência ou situação frustrante numa fase posterior da vida. Pessoas que nunca crescem, “preferem leite que o alimento sólido.”


FIXAÇÃO - Detenção de um forma incompleta na evolução da personalidade pela persistência resultante de certos elementos incompletamente amadurecido. Assim a personalidade apresenta uma carência de integração harmoniosa. Sua organização emocional encontra-se em permanente estágio imaturo e há um intervalo entre o estado biológico e a independência emocional. Cessação do processo de desenvolvimento da personalidade em um estágio anterior à completa e uniforme independência amadurecida. Ex: A criança pode continuar a falar como um bebê e a conservar sua dependência com a mãe do período em que estas características deveriam ter sido superadas. No caso de mais velhos a completa dependência de outro adulto, ou ainda comportamento adolescentes irresponsáveis, já na fase adulta.


FORMAÇÃO REATIVA (SUPERCOMPENSAÇÃO) -Traço de caráter que representa o exato oposto do que seria naturalmente esperado pela expressão de tendências libertadas, um traço desenvolvido para manter a repressão destes impulsos e para negar e mascara tendências da personalidade que existiram de uma forma oculta. Ex:Traço de caráter perfeccionista e descompromissados constituem frequentemente formações reativas contra tendências, desejos e impulsos proibidos. Pessoas “carolas” demais, muito dedicadas aos serviços religiosos, zelosos...


COMPENSAÇÃO - A personalidade em suas inadequações e imperfeições apresenta um mecanismos de compensações a fim de tentar assegurar o reconhecimento de que necessita. Ex:Em pessoas cujas reações em relação a realidade em geral e aos estímulos sociais em particular são bem integradas, a existência de uma inferioridade física pode provocar atividades construtivas que resultam em qualidades de notável utilidade social. Buscar ser admirado por dotes especiais, quando a vida pessoal é um verdadeiro fracasso.


RACIONALIZAÇÃO - Um dos mais comuns mecanismos planejados para manter o respeito próprio e evitar o sentimento de culpa. Constitui um mecanismo que visa a um propósito útil até o ponto que conduz à auto proteção e ao conforto psíquico. Ex: Quando preferimos acreditar que nosso comportamento é o resultado de deliberação raciocinada, julgamento desprovido de prevenções; consciência de todos os motivos que o determinam. A negação da raiva muitas vezes se dá pelo “perdão” gratuito e pelo sentimento de “pena”.


NEGAÇÃO - Provavelmente é o mecanismo de defesa mais simples e direto, pois alguém simplesmente recusa a aceitar a existência de uma situação penosa demais para ser tolerada. Ex: Não reconhecer os erros de um namorado, quando todos aconselham e mostram, com provas, o contrário.


SUBLIMAÇÃO - É o mecanismo pelo qual a energia inerente a impulsos primitivos ou inaceitáveis, é transformada e dirigida a objetivos socialmente úteis.
Ex. É comum entre os artistas e pessoas criativas.

O certo é que cada um de nós reage com base em alguns mecanismos de defesa, o problema maior é quando eles nos conduzem a um estilo de vida socialmente desequilibrado, impondo a quem esteja ao redor sofrimentos indevidos. Pior ainda quando isso ocorre num ambiente religioso.

domingo, 8 de junho de 2008

A Metrossexualidade ameaça o Homem cristão...

Muito propalado na atualidade, a figura do homem da pós-modernidade assume contornos bem diferentes de três décadas atrás e põe também em cheque a figura do “varão” de nossas igrejas.
Alguns assumem estilos mais “avançados” outros insistem na “tradição machista”. A questão é até onde este novo modelo pode interferir no padrão ideal de comportamento sócio-sexual do homem cristão...
Abaixo você lê um artigo melhor descreve a figura deste “novo homem”, e nos dá oportunidade de analisar se este padrão representa avança ou ameaça aos padrões masculinos cristãos.
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Atualmente muitos homens vêem se libertando de tabus que foram impostos e se mantiveram intocáveis até meados dos anos 60, passou a conquistar espaços e a adquirir maturidade para interpretar a masculinidade, adquiriu também a tranqüilidade para utilização de produtos de beleza e procedimentos clínicos que o possibilitam a melhorar sua aparência e postergar o envelhecimento.
A imprensa Norte Americana define os traços desse novo homem como sendo: um Homem , heterossexual, moderno e urbano, tão vaidoso quanto as mulheres. e segundo ela.

Segundo os especialistas, é aquele homem que gosta de se cuidar. Faz limpeza de pele, faz as sobrancelhas, faz as unhas, depila o peito e tem outros cuidados com o corpo outrora só permitidos para mulheres.

O termo "metrossexual", e uma designação fashion-mercadológica para o homem das grandes cidades.
Com o aumento na utilização de cosméticos e procedimentos cirúrgicos, o setor de beleza masculina movimenta hoje cerca de R$ 800 milhões de reais por ano. A afirmação de que homens não fazem compras não passa de um mito. Em época de crise econômica, nada como criar um rótulo, um clichê que possa impulsionar produtos considerados supérfluos. Editoras de jornais e revistas, agências de publicidades, agências de viagens, indústrias da moda e cosmética, estão investindo muitos dolares em marketing especificamente para o mundo masculino.
Há vários anos essas empresas vem se utilizando da publicidade para convencer e converter clientes a serem homens modernos, induzindo-os ao cuidado com sua aparência, com seus hábitos e comportamentos, e o faz, em nome de um “novo homem” , um homem que ganha dinheiro e gasta muito dinheiro consigo mesmo, um homem que acredita que não deve passar desapercebido e que não deve sentir-se ameaçado quanto a sua identidade sexual. É a representação do “novo homem”.
Dados estatísticos mostram a trajetória desse novo homem:
82% acham importante ter a pele bem cuidada
80% gastam mais de cinco minutos diários com a aparência
78% acham importante ter o corpo esbelto
72% se pesam regularmente
68% acham certo fazer cirurgia plástica somente por estética
25% já fizeram dieta
5% já fizeram cirurgia plástica
Uma pesquisa norte americana, que ouviu 519 britânicos e o mesmo número de norte-americanos, concluiu que: 49% dos homens acham perfeitamente normal um homem fazer limpeza de pele e manicure e 39% dos entrevistados aprovam a cirurgia estética masculina.
No Brasil, o número de cirurgias plásticas realizadas em homens subiu de 10% do total para 30% em cinco anos.
Gratch (2003) afirma que: “O que se define agora como metrossexualismo é o resultado da exploração corajosa que alguns homens fazem de seu lado feminino sem serem gays e sem medo de serem confundidos com Gays.”
Como é de se esperar, qualquer ressignificação de conceitos e comportamentos quase sempre acaba tendo um ar de “rótulo”. Porém no caso da metrossexualidade pode esconder algo mais complexo e onipresente, como o desenvolvimento de uma sensibilidade, que até então estava adormecida.
Por: Marcos Antonio Lopez Renna

quinta-feira, 15 de maio de 2008

O USO DE MATERIAL EROTICO ENTRE EVANGELICOS


O uso de material erótico tem aumentado cada dia no meio evangélico. Homens e mulheres se valem das “novidades” do mercado do sexo para incrementar seus relacionamentos. Existem aqueles que defendem as inovações, como forma de aquecer a relação; e outros que condenam tal atitude, justificando que no amor conjugal ambos já são suficientes, e que nas regras de condutas cristãs tais atos seriam repugnáveis.

No geral, o que temos visto é o aumento no consumo destes materiais. Principalmente os mais jovens são influenciados pelas inovações e apelos sexuais. As mulheres têm sido alvo preferido dos comerciantes e publicitários. Algumas manchetes e artigos na mídia dão destaque à presença feminina nestes ambientes, como no artigo a seguir:

As mulheres representam 70% dos consumidores de sex shops espalhados pelo Brasil, setor que movimenta mais de R$700 milhões por ano. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual. "Aqui, o número é até maior. Noventa por cento dos nossos clientes são mulheres", garante Jucimara Bartel, proprietária da loja The Dreams, uma das mais antigas do ramo na cidade. Indiscutivelmente, são elas quem mais correm atrás dos sonhos eróticos. "No íntimo o que elas querem é agradar a pessoa que amam", define Jucimara.

A vontade de alcançar o prazer na cama é tanta que as noivas já se preocupam em montar o enxoval erótico. Até as mais pudicas das senhoras se rendem aos produtos que prometem apimentar a relação, ainda que somente em momentos especiais, como aniversários de casamento. "O tabu vem sendo quebrado. Em 1996, quando decidi abrir a loja, foi difícil até anunciar em lista telefônica. Hoje, os produtos eróticos ganham espaço até em salões de beleza, mesmo em cantinhos escondidos", compara Jucimara, que vem se dedicando a ampliação do negócio.

Uma das clientes mais assíduas da loja, Daiana Mascarenhas não tem vergonha de dizer que procura o sex shop pelo menos duas vezes por mês. "Desde criança tinha curiosidade. Quando comecei a ter relação, com 15 anos, minha mãe é quem comprava os produtos para mim. Sonhava em completar 18 anos para eu mesma poder comprar", confessa a universitária de 22 anos.

O item preferido de Daiana é a bolinha tailandesa, que a ajuda a exercitar a musculatura vaginal. "Faço 20 repetições de exercício todos os dias para me liberar mais nas relações. Gosto também do lubrificante oriental que esquenta. É muito bom!", elogia.

Em busca de mais prazer na relação sexual, as mulheres lançam mão dos mais diversos produtos e artigos: desde simples óleos de massagem, lubrificantes, géis térmicos, lingeries sensuais e fantasias, até os mais modernos vibradores.[i]

Em posição oposta, Feuerstein (1995)[ii] declara que a revolução sexual da década de 60 nos fez perceber a miséria sexual em que nos encontrávamos, mas não conseguiu oferecer nenhum remédio convincente para ela. Alias, até agravou a nossa situação, encorajando- nos a procurar satisfação pessoal na direção errada. Hoje, mais de 40 anos depois, sabemos que os casamentos abertos, o orgasmo múltiplo e os vibradores não contribuem para a felicidade. Conseguimos perceber mais claramente a chamada exploração do sexo praticada pelos meios de comunicação em massa. Também conseguimos julgar melhor o abismo existente entre o sexo livre para todos prometido pela revolução sexual e a realidade opaca do nosso quarto de dormir. Em outras palavras: estamos mais aptos a olhar com mais profundidade e enxergar mais longe.

Uma pesquisa realizada no ano de 2004, que fez parte de nossa dissertação[iii], ficou constatado que ainda é grande a resistência do uso de material erótico entre as mulheres evangélicas. Das cerca de 400 mulheres entrevistadas de 5 denominações religiosas, quanto ao uso de material erótico e pornográfico para incrementar a relação do casal a posição foi de rejeição, destacando-se as adventistas como as que apresentam maior índice de rejeição total 55,4% das entrevistadas e somente 5,4% a favor. Também se pode perceber que entre as assembleianas 18,7% e presbiterianas 22,1% ocorreu a maior aceitação total para o uso deste material.

De um jeito ou de outro, a verdade a ser comprovada que é dificilmente as práticas sexuais entre os evangélicos não se deixam influenciar pelos novos parâmetros impostos pelo secularismo pós-moderno. Estabelecer um meio termo, uma posição equilibrada, torna-se cada vez mais difícil. É fundamental a introdução destes temas em círculos de discussões mais rotineiras em nossas igrejas, na busca de comportamentos coerentes pautados em princípios salutares e não em extremismos repressores ou liberdades irrefletidas.






[i] Fonte: http://www.terra.com.br/mulher/sexo/2004/07/13/000.htm

[ii] FEUERSTEIN, G. A Sexualidade Sagrada. São Paulo, Siciliano, 1995.

[iii] NASCIMENTO, Virgilio Gomes. Norma e transgressão da sexualidade: uma pesquisa acerca dos transtornos sexuais femininos e conflitos entre atitudes e comportamento sexual num grupo de mulheres evangélicas do Grande Rio de Janeiro Rio de Janeiro: Mestrado em Sexologia da Universidade Gama filho, 2005. Dissertação de Mestrado (183 p.)

segunda-feira, 5 de maio de 2008

SEIS MITOS QUE ENVOLVEM O CASAMENTO


Calvin Thomsen

A felicidade no matrimônio pode ser duradoura ou fugaz. Alguns estão casados por 40 anos ou mais, e o amor e romance estão vívidos, alegres como se fossem casados há um mês. Outros mal terminam de abrir os presentes de casamento e já percebem amargura no relacionamento, passando a pensar em divórcio ao invés de um lar permanente. O que faz a diferença entre a felicidade duradoura e um breve romance no casamento?

Pesquisas modernas nos dão algumas indicações. John Gottman, professor de psicologia da Universidade de Washington, realizou algumas pesquisas pioneiras no atual contexto norte-americano. Gottman tem estudado milhares de casais, levando em consideração as muitas variáveis que afetam a estabilidade matrimonial. Sua pesquisa tem ajudado a esclarecer fatores que conduzem à felicidade conjugal, e outros indicativos que apontam para uma batalha penosa rumo a um provável divórcio.

A pesquisa também sugere alguns dos grandes mitos que cercam o amor e o casamento. Esses mitos não se originaram dos antigos rituais e lendas tribais, mas da suposição comum que muitas pessoas acatam como verdade. Vale a pena explorar alguns desses mitos e analisar as implicações de construir uma sólida relação matrimonial.

Mito 1: Grandes expectativas podem arruinar o casamento.
O casamento geralmente é visto como uma boa proposta de negócios — criar filhos, gerenciar bens e construir alianças entre famílias. Além do mais, esperamos que o casamento seja eternamente romântico, cheio de paixão sexual, amizade íntima, abrangendo todas as bases tradicionais de paternidade, conexões familiares e administração financeira cotidiana.

As altas expectativas são consideradas como irreais e prejudiciais a um casamento feliz, mas pesquisas recentes indicam que, conquanto seja necessário ser realista em nossas esperanças, as altas expectativas podem levar a maiores investimentos e a melhores resultados na relação. Pessoas com baixas expectativas aparentemente não investem muito num bom relacionamento e estão dispostas a se contentar com uma união mediana ao invés de excelente. Gottman diz: “Pessoas que têm altos padrões e expectativas para o seu casamento desfrutam melhores e não piores uniões”.1

Mito 2: Homens são de Marte e mulheres de Vênus.
Essa expressão, derivada de um livro muito conhecido por seu título, sugere que homens e mulheres possuem diferenças profundas e desejam fundamentalmente coisas diferentes em seus casamentos. Um dilúvio de livros populares tenta ajudar os casais a lidarem com suas diferenças, sob a premissa de que existe uma enorme lacuna entre o que homens e mulheres desejam. E, ainda mais importante, eles negligenciam o fato de que a evidente diferença entre os sexos tem estado ligada, na pesquisa, a casamentos infelizes, porquanto “existem muito poucas diferenças de sexo em casamentos felizes”.2
O “machismo tradicionalista”(refletido na dominante e controladora abordagem do casamento) está estatisticamente correlacionado a baixos níveis de qualidade no matrimônio.3

Sim, existem algumas diferenças comuns que surgem em varias pesquisas.
O fato é que muitas delas também mostram que homens e mulheres querem consideravelmente as mesmas coisas no casamento, e ambos relatam que a profunda amizade é o mais satisfatório num bom relacionamento. Listas de outros fatores que predizem um bom casamento mostram que há somente leves diferenças em como os sexos se posicionam, quanto ao que realmente os satisfaz numa relação íntima.4

Casais que constroem sólidas relações estão sintonizados com as personalidades específicas de seus parceiros, e buscam uma firme amizade como base do bom relacionamento. Eles respeitam as diferenças entre os sexos quando elas existem, e buscam opções para satisfazer as necessidades um do outro. Conquanto a Bíblia, de certa forma, use uma linguagem diferente para descrever o papel do homem e da mulher no casamento, o elemento comum é, mutuamente, uma atitude altruísta em que ambos estão receptivos e atentos às necessidades do outro (ver Efésios 5:21-33).

Mito 3: Ouvir efetivamente e evitar a ira são as chaves para administrar conflitos numa boa relação.
Durante várias décadas tem surgido uma variedade de livros e artigos, sugerindo que os casais empreguem o processo conhecido como “ouvir efetivamente” durante os conflitos matrimoniais. Ouvir efetivamente envolve clara identificação dos sentimentos do outro, usando palavras ternas e tentando repetir as preocupações citadas pelo parceiro em forma de paráfrase. Isso é bem similar ao que os terapeutas fazem quando escutam seus clientes. Os pesquisadores que analisaram cuidadosamente as brigas matrimoniais esperavam encontrar, nos casais bem-sucedidos, o uso regular desse conhecimento para resolver seus desentendimentos e esclarecer conflitos no casamento.

Mas não foi isso o que eles descobriram. De início, eles notaram que praticamente ninguém, na verdade, fala dessa forma no calor de uma discussão. As pessoas simplesmente não usam as palavras prescritas quando as tensões estão em alta. Ainda em raras situações, quando o fazem, não há direta influência na resolução do conflito. Nas palavras de Gottman, “isso nada prediz”.5
O estudo, porém, indicou que ouvir efetiva e atenciosamente é valioso de muitas maneiras. Por exemplo, pode ajudar um parceiro a escutar enquanto o outro está se queixando de alguém mais (como o chefe no trabalho). Também é de muita valia numa “conversação de recuperação”, que os casais trabalhem pela restauração do relacionamento depois de uma briga. E isso pode definitivamente ajudar os casais a fortalecerem a intimidade e passarem a conhecer melhor um ao outro, quando não estão em meio a um conflito. Mas a pesquisa matrimonial mostra que, no calor de uma briga, poucas pessoas têm a capacidade de seguir as “regras” da boa comunicação.
Também é interessante o estudo da ira no contexto matrimonial. A ira, por si só, não foi correlacionada estatisticamente ao divórcio, mas o descaso e a atitude defensiva, sim.6 Casais que brigam muito não são necessariamente menos felizes do que pares que não brigam. Muitos casais que tendem a brigar também sabem como beijar e fazer as pazes. Em verdade, um certo volume de conflito e disputa foi relacionado à duradoura paixão no casamento.7

Não é a ira em si que mina o casamento, mas o fracasso em resolvê-la.
A Bíblia afirma que a ira não é pecado (Efésios 4:26), mas também diz “não se ponha o sol sobre a vossa ira”. Escutar efetivamente pode ser parte do reparo de uma relação após um conflito, mas necessitaremos perdoar a nós mesmos e a nosso companheiro pelas imperfeições na maneira com que lidamos com as diferenças.

Mito 4: Os casamentos inevitavelmente decaem com o tempo.
Embora muitos casais citem um declínio na satisfação matrimonial com o passar do tempo, há muitas descobertas interessantes em recente pesquisa que mostra não ser isso inevitável. Na verdade, o casamento é como muitas outras coisas; é totalmente possível ficar melhor com a prática. O terapeuta matrimonial David Schnarch diz que é apenas mais tarde na vida em conjunto com um parceiro monogâmico, que as pessoas podem começar a descobrir sua paixão e potencial sexual.8 Da mesma forma, a pesquisa de Gottman mostrou que muitos casais descobrem maior tolerância, maior apreço e muito maior desejo de estar com o outro com o passar do tempo. A maior felicidade no casamento não parece ser encontrada na euforia inicial, mas na satisfação em longo prazo havida num matrimônio de muitos anos.

A paixão não é algo dependente da idade. Agora sabemos muito sobre a bioquímica e neurologia do amor e da paixão. A “química” de um relacionamento muda com o tempo. Há uma euforia inicial num novo amor que geralmente dura cerca de dois anos, e o tipo específico de química que caracteriza um relacionamento de longo prazo não é o mesmo da química embriagante que fomenta um novo amor.

Mito 5: Uma pessoa que sente pouca paixão sexual espontânea está sexualmente morta e é uma pobre parceira conjugal.
Quando imagens superaquecidas de sexo constantemente bombardeiam através da mídia, muitas pessoas casadas sentem que deveriam estar continuamente abrasadas com paixão por seu cônjuge.
Até bem recentemente, os sexólogos supunham que todas as pessoas experimentam o desejo sexual da mesma forma. Algo que você sente desperta um sentimento subjetivo de estimulação. A estimulação gera o desejo sexual, mas, como Michelle Weiner Davis cita, “para algumas pessoas, o desejo sexual — o motivo de tornar-se sexual — não precede o sentimento de excitação; ele na verdade o segue”.9 Em outras palavras, há pessoas que raramente experimentam fantasias apaixonantes, mas, se elas se sentem excitadas com seu parceiro, podem descobrir que apreciam profundamente a experiência e se tornam muito mais unidas.

Mito 6: Os opostos se atraem.
A proposição dessa crença é de que somos atraídos por alguém com muitas diferenças, porque nos sentimos mais completos diante das desigualdades dele ou dela. Mais uma vez há alguma verdade nisso, mas não em sua totalidade. As pessoas procuram encontrar algumas diferenças como fator positivo e ponto de atração. As pesquisas mostram que as melhores uniões incluem mais similaridades do que diferenças, e que sendo parecidos em muitos aspectos (tais como idade, educação, preferência religiosa e valores básicos de vida, etc.) haverá maiores níveis de satisfação marital.10 Uma pesquisa sobre tipos de temperamento (tais como a escala de Meyer’s Briggs) mostra que os casais podem apreciar algumas diferenças mas, aqueles que são opostos em todas as quatro escalas são menos felizes que os mais parecidos.11

O melhor meio de abordar o assunto sobre as diferenças é entender que a maioria de nós aprecia poucas diferenças-chave nos estilos que dão equilíbrio à vida. É bom aceitar essas diferenças e não começar um projeto de reforma massiva, uma vez que já nos “enforcamos” mas, se você está procurando um parceiro, não suponha simplesmente que muitas diferenças serão fáceis de superar. As diferenças a que você “faz vistas grossas” na relação podem tornar-se mais desafiadoras com o passar do tempo. É muito melhor buscar alguém que realmente compartilhe seus valores básicos e estilo de vida.


Calvin Thomsen é pastor do ministério familiar na Universidade de Loma Linda da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Califórnia. Thomsen está concluindo seu Ph.D. em terapia matrimonial e familiar, e leciona terapia familiar, terapia matrimonial e terapia sexual na Universidade de Loma Linda, sendo ainda conselheiro pastoral na Universidade de La Sierra Email: cthomsen@lluc.org.

REFERÊNCIAS
1. John Gottman, The Marriage Clinic: A Scientifically Based Marital Therapy (New York, Norton, 1999), p. 18.
2. Idem, p. 83.
3. Robert Sternberg, Cupid’s Arrow: The Course of Love Through Time (Cambridge: Cambridge University Press, 1998), p. 123.
4. Idem, 150-152.
5. Gottman, p. 11.
6. Idem, p. 12.
7. Idem, p. 14.
8. Ver David Schnarch, Passionate Marriage (New York: Holt, 1997).
9. Michelle Weiner Davis, The Sex-Starved Marriage (New York: Simon and Schuster, 2003), p. 12.
10. Ayala Pines, Falling in Love: Why We Choose the Lovers We Choose (New York: Routlidge, 1999), p. 53.
11. David Keirsey, Please Understand Me II (Del Mar, California: Prometheus Nemesis Book Company, 1998), p. 212.

domingo, 30 de março de 2008

RELAÇÕES AFETIVAS INFLUENCIAM INÍCIO DA PUBERDADE

Em famílias bem estruturadas, maturação sexual de meninas começa mais tarde, diz estudo. MENARCA PRECOCE é fator de risco para transtornos de humor, gravidez na adolescência e câncer no aparelho reprodutivo. Meninas criadas em famílias instáveis e mal estruturadas entram na puberdade mais cedo, segundo estudo publicado na revista Child Development por pesquisadores das universidades do Arizona e do Wisconsin.

A puberdade precoce é fator de risco para vários problemas de saúde, como transtornos de humor, abuso de drogas, gravidez na adolescência e câncer no aparelho reprodutivo. A queda na idade da primeira menstruação é um fenômeno global atribuído à melhoria das condições de vida, e uma série de influências ambientais, alimentares e psicológicas ainda pouco compreendidas desempenham papel importante na maturação sexual da mulher.

Os psicólogos Bruce Ellis e Marilyn Essex usaram como referência para sua pesquisa o modelo proposto pelo psicólogo britânico Jay Belsky, da Universidade de Londres, segundo o qual a ecologia familiar pode acelerar ou retardar a puberdade em garotas. Fatores estressantes como pobreza, conflito do casal, violência doméstica e falta de atenção e proteção dos pais costumam adiantar a menarca.

Segundo a teoria de Belsky, o organismo ajusta seu desenvolvimento sexual em resposta às condições nas quais vive, o que faz sentido do ponto de vista adaptativo, pois quanto piores são essas condições, mais vantajoso é se tornar independente mais cedo e cuidar do próprio nariz (pena que, nos dias de hoje, nem sempre os preceitos evolutivos façam sentido).Para testar a teoria os pesquisadores acompanharam o desenvolvimento sexual de 227 meninas desde os 6 anos. Condições socioeconômicas, grau de conflito entre os cônjuges, depressão do pai ou da mãe e a relação dos pais com as crianças foram algumas das variáveis observadas. Dosagens hormonais e avaliações de características sexuais secundárias foram realizadas duas vezes até que as meninas terminassem o ensino médio.

Os resultados mostraram que, nas famílias com pai e mãe presentes e participativos na educação das crianças, sem relatos de depressão e com poucos conflitos conjugais, as alterações hormonais típicas da puberdade ocorreram mais tarde. Além disso, as filhas de mulheres que tiveram a menarca mais tardiamente mostram a mesma tendência, o que aponta para influências genéticas. Maior índice de massa corpórea na infância se relacionou com início mais precoce da puberdade, o que destaca o papel da alimentação na maturação sexual.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Adolescentes Que Tem Iniciação Sexual Precoce se Arrependem Posteriormente

A proporção de adolescentes que tem iniciado sua vida sexual antes dos 16 anos de idade está aumentando. Estudos anteriores demonstraram que a iniciação sexual antes dos 16 anos de idade muitas vezes é acompanhada de sentimento de culpa.

Estes estudos, entretanto, foram realizados anos depois da adolescência, e poderiam refletir um amadurecimento da personalidade individual. Entretanto, estudos que avaliassem este comportamento durante a adolescência até então não existiam.

Um novo estudo publicado na revista British Medical Journal, conduzido por Daniel Wight e colaboradores, sugere que uma boa parte dos adolescentes que tiveram suas primeiras experiências sexuais precocemente mais tarde se arrependem, e desejariam que tivessem esperado por mais tempo.

Pesquisadores do MRC Social and Public Health Sciences Unit, em Glasgow, Escócia, avaliaram estudantes com a idade média de 14 anos, acerca de suas experiências sexuais, e suas atitudes acerca destas experiências. Foram avaliados questionários submetidos a 7395 adolescentes (3665 meninos e 3730 meninas).

Cerca de 18 % dos meninos e 15 % das meninas relataram ter tido experiências heterosexuais, sendo que 60% destes utilzaram métodos de anticoncepcção oral.Cerca de 30% das meninas e 27% dos meninos disseram que a sua experiência sexual ocorreu muito cedo, ou até mesmo não deveria ter acontecido.

Os meninos apresentavam ainda uma característica de arrependimento por terem pressionado suas parceiras, enquanto que as meninas se arrependiam mais de terem cedido à pressão, ou de não terem planejado a relação.

Os cientistas concluíram que a educação dos adolescentes e o desenvolvimento de comunicação podem ajudá-los a evitar um ato de que mais tarde eles possam vir a se arrepender, tendo mais controle sobre a vida sexual, e diminuindo a pressão e o sentimento de culpa resultantes.
Vale a pena lembrar das palavras do sábio Salomão de que há um tempo certo para tudo. Prática sexual de acordo com a Palavra tem seu momento certo (casamento).

Fonte: BMJ 2000;320:1243-1244 (6 May) Copyright © 2002 Bibliomed, Inc.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

A NATUREZA DOS CONFLITOS SEXUAIS FEMININOS

Determinantes Físicos das Disfunções Sexuais

Basicamente, não pode existir relação sexual (coito) bem sucedida sem a presença de um pênis e uma vagina funcionantes e respondentes. A integridade destes órgãos a nível vascular, nervoso e endócrino torna-se fundamental para a satisfação sexual. Muitas disfunções advêm de problemas somáticos e, no caso de tratamento, sempre se analisa inicialmente a condição física do indivíduo. A presença de doenças vasculares associadas com diabetes pode resultar na diminuição da excitação sexual; doenças do coração e pulmões também podem dificultar a atividade sexual; incontinência urinária pode levar a desconforto e vergonha, diminuindo a atividade sexual e etc. Estes e outros fatores devem ser amplamente analisados pelo médico. Tratamentos adequados podem levar a uma melhora clínica, facilitando a atividade sexual (Kaplan, 1977).

Além dos casos de doenças, outros fatores podem interferir como uso de narcóticos, abuso de bebidas alcoólicas, patologias locais dos órgãos genitais, estados hormonais flutuantes, uso de medicamentos, fadiga, enfermidade neurológica, depressão e outras causas físicas (Kaplan, op.cit.). Estes fatores podem comprometer a relação atuando em qualquer fase da resposta sexual humana, impedindo o bom desempenho sexual e o prazer mútuo. Ainda devemos considerar como fator físico interveniente na função sexual feminina a idade, com todas as transformações físicas e psicológicas que ocorrem com o envelhecimento.

De acordo com Canella (2000) o climatério feminino corresponde a um período de dois a cinco anos, caracterizado pelos fenômenos que acompanham a parada da função ovariana e, portanto, a capacidade reprodutiva da mulher. Acompanhado da menopausa viriam significantes alterações morfo-fisiológicas do aparelho genital feminino. Estas alterações, por exemplo, seriam responsáveis pela menor vascularização e lubrificação da vagina nos estados excitatórios do coito, possibilitando desconforto no ato sexual.

O climatério feminino, além das mudanças físicas, inclui importantes mudanças emocionais, psicológicas e sociais, associadas ao final do período reprodutivo da mulher, porém abrangendo muito mais do que apenas o fim das menstruações. O surgimento de alguma disfunção sexual pode ocorrer nestes quadros.

Segundo Lopes e Marinho (2000) a menopausa vem sendo considerada um evento demarcador do climatério feminino, no entanto, apesar de se constituir como um evento universal inerente à espécie humana, não é adequada para explicar toda multiplicidade de fatores envolvidos nesse processo. O conjunto de fenômenos denominados como climatério, não é observado nem percebido de forma igualitária, o que permite inferir que outras variáveis pessoais, conjugais, sociais e culturais representem aspectos importantes a serem considerados, quando são desenvolvidos estudos sobre o assunto em questão.

Determinantes Psicológicos das Disfunções Sexuais

É importante que reconheçamos que fatores etiológicos subjacentes às dificuldades sexuais, geralmente apresentam-se sob forma de conflitos de ordem psicológica advindos de experiências traumáticas ou de estruturas de formação repressoras à sexualidade. Tais componentes interferem diretamente no momento da experiência sexual, ora funcionando como inibidor da experiência erótica, ora na dificuldade de eliminação temporária de certo grau de controle e contato com o ambiente, comum no ato sexual.

Causas intrapsíquicas das disfunções sexuais

Segundo Kaplan (1977), o conflito psicológico foi que, no passado, recebeu maior atenção e, de fato, é extremamente importante a sua dissolução para o tratamento das disfunções sexuais. O conflito interno entre o desejo de satisfazer-se com o sexo e o medo inconsciente de fazê-lo, tem muitas fontes e operam em níveis superficiais e/ou mais profundos.

Algumas causas psicológicas podem ser entendidas como imediatas, ocorrem no contexto da experiência sexual, ou como impedimento da experiência erótica ou como falha no desempenho sexual. Os indivíduos geralmente apresentam altos níveis de ansiedade e defesas psíquicas contra os sentimentos sexuais. Algumas respostas insatisfatórias são fruto de ignorância sexual, geralmente oriundas de uma educação repressora. Alguns medos (de rejeição, de desempenho, insatisfação do parceiro) podem surgir por ocasião do afloramento de todo processo de excitação sexual. Sentimentos: como culpa e ansiedade, podem refletir lutas e esquivas inconscientes. Algumas pessoas são tomadas de conflitos e sentimento de culpa sobre os desejos e necessidades eróticas que desencorajam os parceiros no processo de estimulação erótica. Por outro lado a tensão sexual pode ser a grande fonte geradora de ansiedade provocada pelo desejo erótico. Tais desejos podem chocar-se com pensamentos proibidos advindos da formação do indivíduo. A ortodoxia religiosa age muitas vezes na construção deste “programa” de censura e defesas cognitivas. No ato sexual as funções autônomas precisam permanecer livres do controle consciente para que se desenvolvam naturalmente (Kaplan, op.cit).

A ocorrência de falha na comunicação do casal em comunicar francamente os sentimentos e experiências sexuais, geralmente ligados ao nível de confiança desenvolvidos entre os dois, potencializa as dificuldades, sendo importante fator na etiologia das disfunções sexuais. Villa (2002) destaca que a religião acaba exercendo uma forte influência sobre o relacionamento conjugal, inclusive limitando o repertório de habilidades interpessoais, produzindo regras inibitórias no contexto da relação sexual, algumas destas ligadas a esquemas de punições e reforço. Kaplan (1977) comenta que infelizmente nossa sociedade compara sexo e pecado. Por esse motivo, toda a manifestação do desejo de prazer sexual de uma pessoa está sujeita a ser negada, ignorada e tratada como coisa vergonhosa e em geral incessantemente atormentada por conseqüências e associações aflitivas, sobre tudo no período da formação moral - a infância. Daí ao mesmo tempo em que o intenso prazer da sexualidade demonstra ser a força poderosa e onipresente na existência humana, é também facilmente associada ao medo e sentimento de culpa, imobilizadores da boa resposta sexual.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Lei da Homofobia: ameaça aos cristãos?

A seguir transcrevemos o Projeto de Lei que esta tramitando no Senado que visa "preservar" os direitos dos gays e homossexuais no Brasil.
PROJETO DE LEI DA CÂMARA
Nº 122, DE 2006

(Nº 5.003/2001, Na Câmara dos Deputados)

Altera a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, dá nova redação ao § 3º do art. 140 do Decreto–Lei nº 2.849, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, e ao art. 5º da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto–Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:
Art. 1º Esta Lei altera a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1999, o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, e a Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto–Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, definindo os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero.

Art. 2º A ementa da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passa a vigorar com a seguinte redação: “Define os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero.” (NR)

Art. 3º o caput do art. 1º da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1999, passa a vigorar com a seguinte
redação:
“Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero.” (NR)

Art. 4º A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1999, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 4º–A:

“Art. 4º-A Praticar o empregador ou seu preposto atos de dispensa direta ou indireta: Pena: reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.”

Art. 5º Os arts. 5º, 6º e 7º da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1999, passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 5º Impedir, recusar ou proibir o ingresso ou a permanência em qualquer ambiente ou estabelecimento público ou privado, aberto ao público: Pena: reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos.”{NR)

“Art. 6º Recusar, negar, impedir, preterir, prejudicar, retardar ou excluir, em qualquer sistema
de seleção educacional, recrutamento ou promoção funcional ou profissional: Pena – reclusão de 3 (três) a 5 (cinco) anos. Parágrafo único. (Revogado) .”(NR)

“Art. 7º Sobretaxar, recusar, preterir ou impedir a hospedagem em hotéis, motéis, pensões
ou similares: Pena – reclusão de 3 (três) a 5 (cinco) anos.” (NR)

Art. 6º A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1999, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 7º-A:

“Art. 7º-A Sobretaxar, recusar, preterir ou impedir a locação, a compra, a aquisição, o arrendamento ou o empréstimo de bens móveis ou imóveis de qualquer finalidade: Pena: reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.”

Art. 7º A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passa a vigorar acrescida dos seguintes art. 8º-A e 8º-B:

“Art. 8º-A Impedir ou restringir a expressão e a manifestação de afetividade em locais públicos ou privados abertos ao público, em virtude das características previstas no art.

1º desta Lei: Pena: reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.”

“Art. 8º–B Proibir a livre expressão e manifestação de afetividade do cidadão homossexual,
bissexual ou transgênero, sendo estas expressões e manifestações permitidas aos demais cidadãos ou cidadãs: Pena: reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.”

Art. 8º Os arts. 16 e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1999, passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 16. Constituem efeito da condenação:
I – a perda do cargo ou função pública, para o servidor público;
II – inabilitação para contratos com órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional;
III – proibição de acesso a créditos concedidos pelo Poder Público e suas instituições financeiras ou a programas de incentivo ao desenvolvimento por estes instituídos ou mantidos;
IV – vedação de isenções, remissões, anistias ou quaisquer benefícios de natureza tributária;
V – multa de até 10.000 (dez mil) UFIR, podendo ser multiplicada em até 10 (dez) vezes em caso de reincidência, levando–se em conta a capacidade financeira do infrator;
VI – suspensão do funcionamento dos estabelecimentos por prazo não superior a 3 (três) meses.
§ 1º Os recursos provenientes das multas estabelecidas por esta Lei serão destinados para campanhas educativas contra a discriminação.
§ 2º Quando o ato ilícito for praticado por contratado, concessionário, permissionário da administração pública, além das responsabilidades individuais, será acrescida a pena de rescisão do instrumento contratual, do convênio ou da permissão.
§ 3º Em qualquer caso, o prazo de inabilitação será de 12 (doze) meses contados da data da aplicação da sanção.
§ 4º As informações cadastrais e as referências invocadas como justificadoras da discriminação serão sempre acessíveis a todos aqueles que se sujeitarem a processo seletivo, no que se refere à sua participação.”
(NR)

“Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero:
..............................................................
§ 5º O disposto neste artigo envolve a prática de qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica.” (NR)

Art. 9º A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 20–A e 20–B:

“Art. 20-A. A prática dos atos discriminatórios a que se refere esta Lei será apurada
em processo administrativo e penal, que terá início mediante:
I – reclamação do ofendido ou ofendida;
II – ato ou ofício de autoridade competente;
III – comunicado de organizações não governamentais de defesa da cidadania e direitos
humanos.”

“Art. 20–B. A interpretação dos dispositivos desta Lei e de todos os instrumentos normativos de proteção dos direitos de igualdade, de oportunidade e de tratamento atenderá ao princípio da mais ampla proteção dos direitos humanos.

§ 1º Nesse intuito, serão observadas, além dos princípios e direitos previstos nesta Lei, todas as disposições decorrentes de tratados ou convenções internacionais das quais o Brasil seja signatário, da legislação interna e das disposições administrativas.

§ 2º Para fins de interpretação e aplicação desta Lei, serão observadas, sempre que mais benéficas em favor da luta antidiscriminatória, as diretrizes traçadas pelas Cortes Internacionais
de Direitos Humanos, devidamente reconhecidas pelo Brasil.”

Art. 10. O § 3º do art. 140 do Decreto–Lei nº 2.649, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 140. .............................................. .............................................................. § 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero, ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
Pena: reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.”(NR)

Art. 11. O art. 5º da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto–Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:

“Art. 5º .................................................. Parágrafo uníco. Fica proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso a relação de emprego, ou sua manutenção, por motivo de sexo, orientação sexual e identidade de gênero, origem, raça, cor, estado civil, situação
familiar ou idade, ressalvadas, neste caso, as hipóteses de proteção ao menor previstas no inciso XXXIII do caput do art. 7º da Constituição Federal.” (NR)

Art. 12. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

PROJETO DE LEI ORIGINAL Nº 5.003-A, DE 2001
Determina sanções às práticas discriminatórias em razão da orientação sexual das pessoas.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º qualquer pessoa jurídica que por seus agentes, empregados, dirigentes, propaganda ou qualquer outro meio, promoverem, permitirem ou concorrerem para a discriminação de pessoas em virtude de sua orientação sexual serão aplicadas as sanções previstas nesta Lei, sem prejuízo de outras de natureza civil ou penal.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei são atos de discriminação impor às pessoas, de qualquer orientação sexual, e em face desta, as seguintes situações:
I – constrangimento ou exposição ao ridículo;
II – proibição de ingresso ou permanência;
III – atendimento diferenciado ou selecionado;
IV – preterimento quando da ocupação de instalações em hotéis ou similares, ou a imposição de
pagamento de mais de uma unidade;
V – preterimento em aluguel ou locação de qualquer natureza ou aquisição de imóveis para fins residenciais, comerciais ou de lazer;
VI – preterimento em exame, seleção ou entrevista para ingresso em emprego;
VII – preterimento em relação a outros consumidores que se encontrem em idêntica situação;
VIII – adoção de atos de coação, ameaça ou violência.

Art. 3º A infração aos preceitos desta Lei sujeitará o infrator às seguintes sanções:
I – inabilitação para contratos com órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional;
II – acesso a créditos concedidos pelo Poder Público e suas instituições financeiras, ou a programas de incentivo ao desenvolvimento por estes instituídos ou mantidos;
III – isenções, remissões, anistias ou quaisquer benefícios de natureza tributária.

Parágrafo único. Em qualquer caso, o prazo de inabilitação será de doze meses contados da data de aplicação da sanção.

Art. 4º O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 90 (noventa) dias.

Art. 6º Esta lei entra em vigor na data da sua publicação.

Justiticação
A sociedade brasileira tem avançado bastante.
O direito e a legislação não podem ficar estagnados.
E como legisladores, temos o dever de encontrar mecanismos que assegurem os direitos humanos, a dignidade e a cidadania das pessoas, independente da raça, cor, religião, opinião política, sexo ou da orientação sexual.

A orientação sexual é direito personalíssimo, atributo inerente e inegável a pessoa humana. E como direito fundamental, surge o prolongamento dos direitos da personalidade, como direitos imprescindíveis para a construção de uma sociedade que se quer livre, justa e igualitária. Não trata-se aqui de defender o que é certo ou errado. Trata-se de respeitar as diferenças e
assegurar a todos o direito de cidadania. Temos como responsabilidade a elaboração leis
que levem em conta a diversidade população brasileira.
Nossa principal função como parlamentares é assegurar direitos, independente de nossas escolhas ou valores pessoais. Temos que discutir e assegurar direitos humanos sem hierarquizá-los. Homens. mulheres, portadores de deficiência, homossexuais, negros/ negras, crianças e adolescente são sujeitos sociais, portanto sujeitos de direitos.
O que estamos propondo é fim da discriminação de pessoas que pagam impostos como todos nós. É a da garantia de que não serão molestados em seus direitos de cidadania. E para que prevaleça o art. 5º da nossa Constituição: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiras e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade.”
A presente proposição caminha no sentido de colocar o Brasil num patamar contemporâneo de respeito aos direitos humanos e da cidadania. E é por esta razão que esperamos contar com o apoio das nobres e dos nobres colegas para a aprovação deste projeto de lei.


Sala das sessões, 28 de agosto de 2001. – Deputada Iara Bernardi, PT/SP.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Família: do Normal ao Homossexual!?!

A cada dia surgem em nosso país novos grupos defensores dos direitos homossexuais. Estamos certos que como cidadãos estes também devem ter seus direitos assegurados e respeitados. A atual e mais forte frente defendida pelo diversos grupos, envolvida por inúmeras polêmicas e confrontação, diz respeito a defesa de um novo modelo de Família, onde prevalecem novos conceitos sobre as relações parentais.
Os conceitos tradicionais e bíblicos são preteridos, relativizados ou questionados como norma padrão, de maneira direta ou indireta, a partir de justificativas de satisfação pessoal com base nos sentimentos dos indivíduos, ou levando-se em conta os problemas sociais. O ponto de vista cristão entende que a Familia tem seu fundamento e expressão num nível muito mais profundo - onde o próprio Deus a formou segundo um modelo Seu, indissolúvel e eterno. Dificilmente ver-se-á a conjugação de idéias tão divergentes, sem que ambas as partes não abandonem as suas trincheiras.

Abaixo transcrevo artigo publicado a partir do entendimento de uma Juiza de Direito sobre o caso de adoção de criança por mulher transexual. Vale a pena refletirsobre as argumentações e evidente tentativa de inclusão de novos conceitos.

Será que hoje em dia alguém consegue dizer o que é uma família normal? Depois que a Constituição trouxe o conceito de entidade familiar, reconhecendo não só a família constituída pelo casamento, mas também a união estável e a chamada família monoparental - formada por um dos pais com seus filhos -, não dá mais para falar em família, mas em famílias.

Casamento, sexo e procriação deixaram de s er os elementos identificadores da família. Na união estável não há casamento, mas há família. O exercício da sexualidade não está restrito a o casamento - nem mesmo para as mulheres -, pois caiu o tabu da virgindade. Diante da evolução da engenharia genética e dos modernos métodos de reprodução assistida, é dispensável a prática sexual para qualquer pessoa realizar o sonho de ter um filho.

Assim, onde buscar o conceito de família? Esta preocupação é que ensejou o surgimento do IBDFAM - Instituto Brasileiro do Direito de Família, que há 10 anos vem demonstrando a necessidade de o direito aproximar-se da realidade da vida. Com certeza se está diante um novo momento em que a valorização da dignidade humana impõe a reconstrução de um sistema jurídico muito mais atento aos aspectos pessoais do que a antigas estruturas sociais que buscavam engessar o agir a padrões pré-estabelecidos de comportamento. A lei precisa abandonar o viés punitivo e adquirir feição mais voltada a assegurar o exercício da cidadania preservando o direito à liberdade.

Todas estas mudanças impõem uma nova visão dos vínculos familiares, emprestando mais significado ao comprometimento de seus partícipes do que à forma de constituição, à identidade sexual ou à capacidade procriativa de seus integrantes. O atual conceito de família prioriza o laço de afetividade que une seus membros, o que ensejou também a reformulação do conceito de filiação que se desprendeu da verdade biológica e passou a valorar muito mais a realidade afetiva.

Apesar da omissão do legislador o Judiciário vem se mostrando sensível a essas mudanças. O compromisso de fazer justiça tem levado a uma percepção mais atenta das relações de família. As uniões de pessoas do mesmo sexo vêm sendo reconhecidas como uniões estáveis. Passou-se a prestigiar a paternidade afetiva como elemento identificador da filiação e a adoção por famílias homoafetivas se multiplicam.

Frente a esses avanços soa mal ver o preconceito falar mais alto do que o comando constitucional que assegura prioridade ab soluta e proteção integral a crianças e adolescentes. O Ministério Público, entidade que tem o dever institucional de zelar por eles, carece de legitimidade para propor demanda com o fim de retirar uma criança de 11 meses de idade da família que foi considerada apta à adoção.

Não se encontrando o menor em situação de risco falece interesse de agir ao agente ministerial para representá-lo em juízo. Sem trazer provas de que a convivência familiar estava lhe acarretando prejuízo, não serve de fundamento para a busca de tutela jurídica a mera alegação de os adotantes serem um "casal anormal, sem condições morais, sociai s e psicológicas para adotar uma criança". A guarda provisória foi deferida após a devida habilitação e sem qualquer subsídio probatório, sem a realização de um estudo social ou avaliação psicológica, o recurso interposto sequer poderia ter sido admitido.

Se fa mília é um vínculo de afeto, se a paternidade se identifica com a posse de estado, encontrando-se há 8 meses o filho no âmbito de sua família, arrancá-lo dos braços de sua mãe, com quem residia desde quando tinha 3 meses, pelo fato de ser ela transexual e colocá-lo em um abrigo, não é só ato de desumanidade. Escancara flagrante discriminação de natureza homofóbica.

A Justiça não pode olvidar que seu compromisso maior é fazer cumprir a Constituição que impõe respeito à dignidade da pessoa humana, concede especia proteção à fam ília como base da sociedade e garante a crianças e adolescentes o direito à convivência familiar.

Maria Berenice Dias


Desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio Grande do SulVice-Presidente Nacional do Instituto Brasileiro de Direito das Famílias-IBDFAM


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