A dura realidade, também presente aqui, no Brasil, deveria merecer uma reflexão mais desengajada e madura, sobretudo no momento em que o governo federal enfatiza a distribuição milhões de preservativos num pretenso esforço em defesa da saúde pública.
Segundo o porta-voz do Institute for Research and Evaluation, "é um erro acreditar que com mais preservativos se evitem os comportamentos perigosos".
Pesquisas revelam que adolescentes bem informados continuam tendo condutas sexuais de alto risco. A informação, despida de orientação moral, acaba sendo contraproducente. Na verdade, as campanhas de educação sexual, na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil, não têm sido capazes de neutralizar a influência do gigantesco negócio do sexo, que, impunemente, acaba determinando a agenda do mundo do entretenimento.
No caso do Brasil, a culpa não é só da televisão, que, raramente, apresenta bons programas. É de todos nós - governantes, formadores de opinião e pais de família -, que, num exercício de anticidadania, aceitamos que o País seja definido como o paraíso do sexo fácil, barato, descartável. A caricatura do país das mulatas, dos rebolados e do carnaval. Numa verdadeira sexolatria nacional.
É triste, para não dizer trágico, ver o Brasil ser citado como um paraíso excitante para os turistas que querem satisfazer suas taras sexuais com crianças e adolescentes. Reportagens denunciando redes de prostituição infantil, algumas promovidas com o conhecimento ou até mesmo com a participação ativa de autoridades públicas, crescem à sombra da impunidade.
Os últimos governos , assustados com o aumento da gravidez precoce e com o crescente descaso dos usuários da camisinha, investem pesado na distribuição do preservativo. A estratégia é inútil.
Afinal, milhões de reais já foram gastos num inglório combate aos efeitos. O resultado está gritando no assustador avanço da gravidez precoce. A raiz do problema, independentemente das iras que se possa despertar em certos ambientes politicamente corretos, está na onda de hipersexualização que tomou conta do ambiente nacional. É ridículo levar um gordo a um banquete e depois, insensatamente, querer que evite a gula. Hoje, diariamente, na televisão, nos outdoors, nas mensagens publicitárias, só se fala daquilo. O sexo foi guindado à condição de produto de primeira necessidade.
As campanhas de prevenção da aids e da gravidez precoce chocam de frente com inúmeros programas de auditório que fazem do sexo bizarro uma alavanca de audiência. A programação infantil, outrora orientada por padrões éticos e educativos, passou a receber forte carga de violência e sexo. Desenhos animados, marca registrada de um passado não distante, foram substituídos pelo apelo erótico que domina, por exemplo, a programação do fim de semana.
Iniciação sexual precoce, abuso sexual e prostituição infantil são, de fato, o resultado da cultura da promiscuidade que está aí.
Em nome do anti-moralismo não se tem feito nada eficaz quanto a este problema. Creio que chegou a hora de uma guinada. É hora de instituições sérias, éticas e morais defenderem os verdadeiros valores humanos. Como cristãos temos que influenciar e exaltar atitudes que resgatem a dignidade e a Imagem do ser humano. Como brasileiros devemos lutar para que, principalmente nossos jovens, compreendam a influência da mídia e os efeitos da pornocultura que se instalou em nosso país.