domingo, 30 de dezembro de 2007

PERVERSOES SEXUAIS – Quando o belo se transforma em bestial

Como bem observou o filósofo inglês John Salisbury, no século XIII, "a licenciosidade crescente e avassaladora sempre caracterizou os períodos de decadência das grandes civilizações." De fato, sempre foi assim. A queda moral invariavelmente antecedeu a destruição completa de povos inteiros. Pode-se dizer que ela prenunciava a extinção iminente de reinos e impérios. Era o sinal de que aquelas civilizações haviam chegado ao fim… Alguém supõe que agora, em nossa época, o processo seja diferente?

Enquanto os animais fazem uso do sexo de uma forma natural, o ser humano tornou-se escravo de seu instinto sexual artificialmente aumentado, principalmente pelos instrumentos da mídia, cuja ênfase e a subversão de valores tradicionais da sociedade.

Originalmente a palavra "perversão" significava todo comportamento humano contrário às normas sociais existentes. Assim, a corrupção, o mau caráter e a marginalização também seriam perversões. Contudo, como a humanidade se especializou em inventar os mais escabrosos artifícios em torno da liberação seu instinto sexual, Perversão passou a ser atualmente sinônimo de Desvio Sexual.

Abaixo, uma lista das principais perversões catalogadas em artigos psiquiátricos e algumas explicações pertinentes:

Pedofilia: Atração sexual de adultos por crianças de qualquer sexo. Estima-se que nos Estados Unidos, entre 10% e 20% das crianças sejam molestadas sexualmente até a idade adulta. Apesar de proibido, o comércio de fotos e filmes pornográficos com crianças têm aumentado substancialmente no país, o que pode ser ao mesmo tempo efeito e causa do crescimento desse tipo de perversão. De acordo com uma pesquisa, cerca de 45% das pessoas que procuram ajuda psiquiátrica para tratar de perversões sexuais, são pedófilas.

Sadomasoquismo: Tecnicamente chamada de algolagnia, refere-se à pessoa que só sente satisfação sexual através de uma dor experimentada por ela mesma ou infligida a outrem. Um indivíduo pode ser sádico, masoquista, ou ambos. Podemos nos poupar aqui detalhes dos rituais sadomasoquistas; mencionaremos apenas que para suportar os atos de violência física e moral muitos masoquistas fazem uso de drogas, e não é raro a ocorrência de morte em conseqüência das agressões sofridas.

Fetichismo: Tipo de perversão que consiste em exteriorizar a paixão não em relação a uma pessoa, mas a uma parte dela ou a um objeto de seu uso. Os travestis também são designados de fetichistas, por fazerem uso de vestimentas femininas.

Froteurismo: Palavra derivada do francês "frotter", que significa "esfregar" ou "roçar". O froteurista sente um impulso irrefreável de se encostar em mulheres ou de afagá-las eroticamente em lugares públicos. Esse tipo de perversão ocupa o 4º lugar na lista de incidência de pacientes em tratamento, ficando atrás da pedofilia, exibicionismo e voyeurismo.

Exibicionismo: Perversão que consiste em exibir os órgãos genitais a outrem. Ocupa o 2º lugar na freqüência de desvios sexuais, com 25% de incidência entre os pacientes em tratamento.

Voyeurismo: Também chamado mixoscopia, refere-se àquele que se compraz sexualmente em observar, às escondidas, um ato sexual. Ocupa o 3º lugar em incidência nos pacientes catalogados, com um índice de 12%.

Hipoxifilia: Esta palavra significa literalmente "atração por teor reduzido de oxigênio". Esse tipo de perversão consiste em tentar intensificar o estímulo sexual pela privação de oxigênio, seja através da utilização de um saco plástico amarrado sobre a cabeça ou de alguma técnica de estrangulamento. Estima-se que só nos Estados Unidos entre 500 a mil pessoas morram acidentalmente por ano vítimas desta prática.

Necrofilia: É a atração sexual por cadáveres. O necrófilo procura manter relações sexuais com corpos humanos mortos. Um artigo científico de psiquiatria confirma que alguns assassinatos são cometidos unicamente com esse propósito.

Coprofilia: Também chamada coprolagnia, identifica a excitação erótica motivada pelo cheiro ou contato com excrementos.

Urofilia: Também chamada urolagnia, é a variante da coprofilia em relação à urina.

Zoofilia: Também conhecida como bestialismo, é o sexo feito com animais, que em alguns casos são até treinados para isso.

Clismafilia: Refere-se à excitação erótica provocada pela injeção de alguma substância no reto.
Os estudos psiquiátricos sobre o comportamento dos pervertidos sexuais são unânimes em afirmar que os pacientes, sem exceção, insistem que não vêem nenhum motivo para escândalo em relação à sua maneira de ser. Na visão deles, suas preferências eróticas são superiores à sexualidade trivial das pessoas comuns…

O Modelo Social propagado hoje baseado no hedonismo (prioridade do prazer pessoal) favorece a busca das novidades em torno de novas sensações. Aumenta dia a dia o número de pessoas que perdem completamente o controle sobre os seus impulsos sexuais. Já há mesmo clínicas especializadas em tratar os chamados "viciados em sexo", e grupos de "sexahólicos anônimos", nos mesmos moldes dos alcoólicos anônimos.

Recentemente a Organização Mundial de Saúde reconheceu a compulsão sexual como uma doença que causa dependência. Nos Estados Unidos estima-se que 15 milhões de pessoas sejam compulsivos sexuais (dados de 1994), abrangendo tanto heterossexuais como homossexuais.

Devemos estar atentos como defensores de princípios bíblicos-cristãos, que o maior problema, que não e recente, e a tentativa mais uma vez de colocar o homem como centro - onipotente. E a retirada de Deus do controle e autoridade sobre nossas atitudes e ações. Infelizmente nossas maiores vitimas são os mais jovens, vitimas de verdadeira enxurrada de apelos aos impulsos, desejos e sensações.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Declaração dos Direitos Sexuais

Em época de exaltação das Liberdades Individuais e respeito aos Princípios Democráticos, vale a pena estar atento as diversas propostas de regulamentações e orientações nas mais variadas áreas de ação dos seres humanos.

A Declaração abaixo é mais uma iniciativa de um grupo seleto de profissionais, cientistas e estudiosos de proporem normas, que se por um lado avançam em respeitar as liberdades, por outro favorecem um discurso em que o Individual é colocado como parâmetro de relevância de todas as iniciativas e decisões.

Para nós, que validamos princípios permanentes de conduta vale a pena estarmos atentos, pois este tipo de discurso egocentrado se populariza facilmente. Note as partes por nós italizadas e identifique os possíveis choques na interpretação e incrementação de tais direitos. Acho que vale a pena refletir um pouco...

Durante o XV Congresso Mundial de Sexologia, ocorrido em Hong Kong (China),entre 23 e 27 de agosto p.p., a Assembléia Geral da WAS – World Association for Sexology, aprovou as emendas para a Declaração de Direitos Sexuais, decidida em Valência,no XIII Congresso Mundial de Sexologia, em 1997

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS SEXUAIS

O desenvolvimento total depende da satisfação de necessidades humanas básicas taisquais desejo de contato, intimidade, expressão emocional, prazer, carinho e amor.Sexualidade é construída através da interação entre o indivíduo e as estruturas sociais. O total desenvolvimento da Sexualidade é essencial para o bem estar individual, interpessoal e social.

Os direitos sexuais são direitos humanos universais baseados na liberdade inerente, dignidade e igualdade para todos os seres humanos. Saúde sexual é um direito fundamental, então saúde sexual deve ser um direito humano básico.Para assegurarmos que os seres humanos e a sociedade desenvolva uma sexualidadesaudável, os seguintes direitos sexuais devem ser reconhecidos, promovidos,respeitados e defendidos por todas sociedades de todas as maneiras.

Saúde sexual éo resultado de um ambiente que reconhece, respeita e exercita estes direitos sexuais.

1. O DIREITO À LIBERDADE SEXUAL – A liberdade sexual diz respeito à possibilidade dos indivíduos em expressar seu potencial sexual. No entanto, aqui se excluem todas as formas de coerção, exploração e abuso em qualquer época ou situações de vida.

2. O DIREITO À AUTONOMIA SEXUAL, INTEGRIDADE SEXUAL E A SEGURANÇA DO CORPO SEXUAL – Este direito envolve a habilidade de uma pessoa em tomar decisões autônomas sobre a própria vida sexual num contexto de ética pessoa e social. Também inclui o controle e prazer de nossos corpos livres de tortura, mutilação e violência de qualquer tipo.

3. O DIREITO À PRIVACIDADE SEXUAL – O direito às decisões individuais e aos comportamentos sobre intimidade desde que não interfiram nos direitos sexuais dos outros.

4. O DIREITO A LIBERDADE SEXUAL – Liberdade de todas as formas de discriminação, independentemente do sexo, gênero, orientação sexual, idade, raça, classe social, religião, deficiências mentais ou físicas.

5. O DIREITO AO PRAZER SEXUAL – prazer sexual, incluindo auto-erotismo, é uma fonte de bem estar físico, psicológico, intelectual e espiritual.

6. O DIREITO À EXPRESSÃO SEXUAL – A expressão é mais que um prazer erótico ou atos sexuais. Cada indivíduo tem o direito de expressar a sexualidade através da comunicação, toques, expressão emocional e amor.

7. O DIREITO À LIVRE ASSOCIAÇÃO SEXUAL – significa a possibilidade de casamento ou não, ao divórcio, e ao estabelecimento de outros tipos de associações sexuais responsáveis.

8. O DIREITO ÀS ESCOLHAS REPRODUTIVAS LIVRE E RESPONSÁVEIS – É o direito em decidir ter ou não ter filhos, o número e tempo entre cada um, e o direito total aos métodos de regulação da fertilidade.

9. O DIREITO À INFORMAÇÃO BASEADA NO CONHECIMENTO CIENTÍFICO – A informação sexual deve ser gerada através de um processo científico e ético e disseminado em formas apropriadas e a todos os níveis sociais.

10. O DIREITO À EDUCAÇÃO SEXUAL COMPREENSIVA – Este é um processo que dura a vida toda, desde o nascimento, pela vida afora e deveria envolver todas as instituições sociais.

11. O DIREITO A SAÚDE SEXUAL – O cuidado com a saúde sexual deveria estar disponível para a prevenção e tratamento de todos os problemas sexuais, precauções e desordens.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

PIERCING – modismo, sexualidade e saúde pública

Pesquisadores da Universidade Pace concluíram que usar piercing pode ser a maior furada — informa a rede de rádio e TV britânica BBC. Perfurar o corpo com objetos metálicos foi motivo de dor de cabeça para 20% dos jovens consultados. Publicado na revista Mayo Clinic Proceedings, o estudo aponta infecções, sangramentos e quelóides como as complicações mais freqüentes.

Aos que pensam que podem aplicar piercings sem sofrer um arranhão, os dados mostram que a falta de esterilização pode trazer sérias conseqüências, como o contágio com aids e hepatite B. Apesar de o questionário ter sido aplicado apenas a voluntários, o doutor Lestes Mayers considera que o uso indevido de piercings pode representar um alto custo ao sistema público de saúde.

O levantamento feito com 454 universitários de Pleasantville, estado de Nova Iorque, mostra que a maior parte dos rapazes (27%) prefere pôr um piercing na orelha. Entre as garotas (29%), o local favorito é o umbigo. A pesquisa revela um dado curioso: 23% dos estudantes eram tatuados, mas nenhum deles sofreu problemas decorrentes de tatuagens feitas com material inadequado.

Piercings na língua são os mais perigosos. Podem provocar infecções na gengiva, problemas respiratórios e até prejudicar a fala. No nariz e na parte superior da orelha, as contaminações ocorrem porque o tecido das cartilagens tem pouca irrigação. Isso dificulta a ação defensiva do organismo no combate aos micróbios. No caso das mucosas (lábios, língua e genitais), a umidade pode abrir caminho para a proliferação de fungos e bactérias. "No umbigo, as dobrinhas dificultam a higienização", explica a médica. Em tese, os estabelecimentos que fazem a colocação de piercing no Brasil deveriam atender aos parâmetros de higiene estabelecidos pela Vigilância Sanitária. Não é o que acontece. À falta de fiscalização, adeptos da moda tentam salvar a própria pele.

A munição de argumentos para quem se opõe ao uso de piercings por jovens não vem só da pacata Pleasantville. A prestigiosa Associação Médica Britânica também já se debruçou sobre o tema, indicando que cerca de um terço dos usuários de piercing apresenta seqüelas. A divulgação desses malefícios já repercutiu no Brasil e está virando moda entre os parlamentares.
Pioneiríssima, a lei 9.828/97 proíbe, em todo o estado de São Paulo, que adolescentes com menos de 18 anos façam tatuagens e coloquem piercings. E, se depender do deputado paulista Neuton Lima (PFL), essa lei vai vigorar em todo o país. Para tanto, ele apresentou um projeto a ser analisado após o fim do recesso do Congresso Nacional. Segundo seus autores, as leis têm por objetivo preservar a integridade de crianças e jovens, protegida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O vereador Jair Cezar vai além. Para ele, piercings e tatuagens expõem os jovens não só a sofrimentos físicos e ameaças à saúde, mas também a "restrições sociais e do mercado de trabalho".

Já o advogado Walter Ceneviva acredita que as leis ferem os artigos 5, 226 e 227 da Constituição e o conceito de pátrio poder definido pelo ECA. Para ele, a lei é clara: cabe aos pais tanto a decisão sobre o que é melhor quanto a responsabilidade sobre os atos dos filhos, salvo em casos de exploração da criança ou de atos punidos por lei. E sugere aos pais que queiram permitir o uso de piercings que entrem com um mandado de segurança na Justiça.

Piercings e tatuagens podem trazer desvantagens na hora da conquista por uma vaga

De acordo com a consultora de RH do Grupo Catho, Gláucia Santos, isto acontece porque ainda existe uma idéia antiga de que o uso de piercings ou tatuagens está relacionado à marginalidade.

Forma implícita - Ainda de acordo com a consultora, existe uma discriminação no momento da entrevista, mas ela não é feita de maneira explícita. Isto significa que o selecionador não irá perguntar se a pessoa usa piercing ou tem tatuagem, mas se perceber, este candidato perde pontos."Ter um piercing ou uma tatuagem quebra um pouco da formalidade de algumas situações em que é preciso ser formal. Num primeiro contato, ainda pode parecer que a pessoa é pouco madura", explicou Gláucia.

Áreas de atuação- A consultora ainda disse que este tipo de discriminação acontece em áreas em que o profissional terá contato direto com o público. Neste caso, incluem-se a administrativa, comercial e de bancos."Imagine alguém com algo muito chamativo, como um cabelo colorido. Se tem contato com o cliente, perde a seriedade, imagem que tem que passar não somente para os colegas de trabalho", disse Gláucia.

Ela ainda explicou que existem profissões em que a aceitação do uso de piercings e tatuagens é mais flexível, como em comunicação e publicidade e propaganda, o que não acontece com os profissionais de direito e medicina.

Origem do piercing

Existe uma longa história sobre o body piercing e seus diversos significados por todo mundo. Historiadores afirmam que há mais de 2000 anos, algumas clãs e tribos já usavam apetrechos para furar a pele em cerimoniais carregados de simbolismos, com conotações espirituais, sexuais, estéticas e de rituais de passagem e costume.

A moda do piercing ganhou força com o movimento Hippie dos anos 60 e 70, conquistando jovens adeptos à prática do sadomasoquismo, que viram no adorno uma nova forma de exaltar o corpo e as suas zonas erógenas. Morris (1974), chama algumas áreas do corpo de “ecos genitais”, entre elas destacam-se: o umbigo, a boca e as orelhas, locais preferidos para o piercings. Neste caso serviriam para evidenciar a genitalidade do indivíduo, servindo como vitrine aos observadores e interessados.

Este movimento chegou à Inglaterra com o movimento Punk e nos Estado Unidos com o movimento gay nos anos 80 e 90, chamando a atenção de todo o planeta com o casamento entre o primitivo e o moderno.

Devemos sempre estar atentos as propostas de desconstrução socio-cultural, sendo criteriosos e judiciosos na análise e adesão às novidades. E orientar os mais jovens quanto as intenções e efeitos dos novos comportamentos.